"Os confrontos foram desencadeados pelo assassínio de dois pastores, por um desconhecido, nas imediações da aldeia de Kabba", disse à agência de notícias espanhola EFE, por telefone, Ignace Madang, chefe da aldeia do departamento de Monts de Lam.
"Os pastores acusaram os agricultores de estarem por detrás destes crimes. Organizaram-se para atacar a aldeia e os camponeses também tentaram defender-se", afirmou Madang, adiantando que os dois lados lutaram com flechas e espingardas.
"No total, contámos 37 mortos esta manhã, 22 dos quais são agricultores", acrescentou.
O ministro da Justiça do Chade, Mahamat Ahmat Alhabo, disse à EFE na terça-feira que "várias centenas de soldados foram enviados para o local dos combates".
"A calma regressou a partir desta manhã. Houve muitas detenções. As pessoas detidas são, para já, consideradas culpadas. A justiça fará o seu trabalho mais tarde", acrescentou então o ministro.
Entre 17 e 18 de abril, pelo menos 21 pessoas foram mortas em confrontos semelhantes entre pastores e agricultores, também no departamento de Monts de Lam.
A violência intercomunitária é frequente no Chade, onde muitos habitantes estão armados.
Estes conflitos envolvem principalmente pastores árabes nómadas e agricultores indígenas sedentários, que acusam os primeiros de pilharem os seus campos para colocarem os seus animais a pastarem.
De acordo com um relatório do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), os confrontos intercomunitários no Chade em 2022 causaram mais de 500 mortos, 600 feridos e mais de 7.000 deslocados.
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