Alemanha recua em plano de voos para acolher afegãos ameaçados

O Governo alemão anunciou esta quarta-feira que não realizará novos voos de acolhimento de afegãos ameaçados nas datas anunciadas por uma região, num contexto de transição política em que a imigração é um tema polémico.

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Lusa
23/04/2025 17:52 ‧ há 6 horas por Lusa

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A chegada a 16 de abril a Leipzig, na Saxónia, no leste da Alemanha, de 138 cidadãos afegãos, considerados sob ameaça no Afeganistão, devia ser seguida de mais dois voos provenientes do Paquistão, a 23 e 29 de abril, disse o Ministério do Interior saxão.

 

O Governo não tinha nem confirmado nem desmentido a realização de tais voos, sublinhando que nunca os anunciava antecipadamente.

Mas "na atual situação, não estão previstos mais voos para acolher afegãos em especial perigo nas próximas duas semanas", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros federal, Sebastian Fischer, numa conferência de imprensa regular do Governo.

"O planeamento destes voos é sempre muito complexo", afirmou, referindo-se em particular tanto aos lugares disponíveis nos aeroportos como nos "centros de primeiro acolhimento" na Alemanha.

Este prazo de duas semanas corresponde ao período até à eleição pelo parlamento do futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, líder de um partido conservador (a União Democrata-Cristã, CDU) que se ofendeu por o atual Governo manter estes voos durante o período de transição.

"Não queremos mais voos do Afeganistão para a Alemanha, mas queremos enviar os criminosos e os indivíduos perigosos de volta para o Afeganistão", declarou o deputado Jens Spahn, figura de proa da CDU.

No total, foram efetuados quatro voos desde as eleições legislativas de 23 de fevereiro, em cada um deles foi retirada do Paquistão cerca de uma centena de afegãos considerados particularmente ameaçados pelos talibãs, no poder no Afeganistão desde agosto de 2021.

Cerca de 2.600 afegãos que se encontram atualmente no Paquistão integram as listas destes programas de acolhimento, destinados a antigos trabalhadores afegãos no Exército e noutras instituições alemãs, mas também a ativistas dos direitos humanos e a jornalistas.

O acordo de coligação assinado no início de abril entre os conservadores e os sociais-democratas alemães prevê o fim destes programas "na medida do possível".

Mas, segundo o porta-voz do MNE federal, "os compromissos" já assumidos no âmbito do programa de acolhimento de afegãos "são juridicamente vinculativos".

O futuro Governo de Friedrich Merz promete uma política migratória mais dura, num contexto em que a extrema-direita lidera atualmente algumas sondagens.

Nos últimos meses, uma série de atentados mortais, atribuídos sobretudo a cidadãos sírios e afegãos, incendiou o debate sobre a política de imigração na Alemanha.

Leia Também: Reino Unido, França e Alemanha pedem a Israel por ajuda a Gaza

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