O apelo ao fim dos bombardeamentos junta-se aos efetuados terça-feira pela União Europeia (UE) e pelos Estados Unidos, com a Liga Árabe, reunida de urgência no Cairo, a denunciar o "contínuo e crescente ataque israelita contra o povo palestiniano".
O apelo surge numa altura em que um novo ataque aéreo israelita a Gaza provocou hoje mais sete mortes, duas delas de crianças, e mais de duas dezenas de feridos entre a população civil.
O novo ataque ocorreu após as milícias palestinianas em Gaza terem lançado hoje mais de 270 foguetes contra Israel, tal como disse à agência noticiosa espanhola EFE um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
O ataque é o maior até agora este ano e segue-se a mais de 24 horas de alta tensão na zona, depois de Israel ter abatido terça-feira, em Gaza, três altos dirigente do grupo 'Jihad' Islâmica Palestina (JIP), bombardeamentos que prosseguem e que causaram até agora 22 mortos, incluindo pelo menos 13 civis, muitos deles crianças, e mais de 40 feridos.
Hoje, no Cairo, a Liga Árabe pediu ao Conselho de Segurança da ONU para assumir as responsabilidades de manter a paz e a segurança internacionais na região, exigindo à organização liderada pelo antigo primeiro-ministro português António Guterres que "responsabilize também Israel, potência ocupante, pelas consequências da agressão",
Os líderes árabes instaram também o Tribunal Penal Internacional (TPI) a investigar os "crimes de guerra e contra a humanidade" que Israel "cometeu e continua a cometer contra o indefeso povo palestiniano".
Terça-feira à noite, a UE e os Estados Unidos, instando ao fim da escalada de violência, expressaram "sérias preocupações" com os bombardeamentos em Gaza e pediram a "máxima moderação" às partes envolvidas.
O exército israelita matou ontem Jalil Bahitini, Tareq Az Aldin e Jahed Ahnam, três dos principais líderes do JIP em Gaza -- grupo considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia (UE) -- nos bombardeamentos.
Terça-feira, em reação aos bombardeamentos israelitas, a Câmara de Operações Militares Conjuntas, que reúne as fações armadas palestinianas em Gaza -- incluindo o JIP e o movimento islamita Hamas -- advertiu que Israel "vai pagar o preço da agressão", numa alusão a uma possível resposta armada.
"Os ataques da resistência unificada fazem parte do processo de resposta ao massacre cometido pela ocupação sionista e fazem parte da defesa do nosso povo palestiniano. A resposta da resistência é obrigatória e constante contra qualquer agressão", disse hoje o porta-voz do Hamas em Gaza, Abd al-Latif al-Qanou, sobre a resposta conjunta, que poderá conduzir a uma nova escalada da guerra.
Encerrados permanecem os "postos fronteiriços" de Erez e Kerem Shalom, que permitem a passagem de pessoas e mercadorias entre Israel e a Faixa de Gaza, impossibilitando a retirada de civis em Gaza, onde, bloqueados, vivem cerca de 2,5 milhões de palestinianos.
Em agosto de 2022, Israel tinha lançado uma "operação preventiva" contra a 'Jihad' Islâmica em Gaza, uma escalada que durou três dias e em que morreu cerca de meia centena de habitantes da cidade.
No entanto, a operação israelita mais agressiva dos últimos anos, lembra a EFE, aconteceu em maio de 2021, em que estiveram envolvidas todas as milícias do enclave, incluindo o Hamas, e que durou onze dias, causando mais de 200 mortos palestinianos e uma vintena do lado israelita.
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