"O nosso problema não são recursos, o nosso problema são as lideranças"

O coordenador do Madem-G15, Braima Camará, considera que a Guiné-Bissau é um país rico e viável porque tem recursos, salientando que a pobreza reside nas lideranças governativas.

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Lusa
11/05/2023 06:44 ‧ 11/05/2023 por Lusa

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Braima Camará

"O nosso problema não são os recursos, o nosso problema são as lideranças governativas. Eu já provei no setor privado que o nosso país é um país viável, é um país rico, rico em minas, nas suas pessoas, no clima, nas oportunidades existentes", disse o líder do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15).

Em entrevista à agência Lusa em Lisboa, Braima Camará apresenta-se às legislativas de 04 de junho como a solução para resolver os problemas da Guiné-Bissau, com base "nas provas" que diz já ter dado no setor privado como empresário.

"O recurso está no país, debaixo da terra, é para servir o país, não para ficar lá, essa foi a razão da luta dos combatentes da liberdade da pátria, explorar essas riquezas, o povo não pode estar na miséria, temos bauxite, fosfatos debaixo da terra", disse, assegurando que se o seu partido vencer as eleições haverá uma "política pública clara" para colocar esses recursos à disposição do país.

Questionado sobre as oportunidades de investimento estrangeiro, nomeadamente para empresários portugueses, Braima Camará apontou a construção civil, indústria, saúde, infraestruturas, turismo ou transformação de produtos agrícolas.

"Portugal é a nossa segunda pátria", disse, defendendo que é preciso "potenciar, traduzir em ganhos reais para ambos os países essas relações, esse clima de confiança, amizade e irmandade".

"A Guiné-Bissau tem muitas potencialidades que Portugal deve agarrar", através de parcerias público-privadas ou entre os empresários privados para "gerar mais rendimento para ambos os países", reforçou.

Sobre a crise no setor do caju, do qual depende 80% da população guineense, o líder do Madem-G15 remete para "a dinâmica do mercado".

O presidente da Confederação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau, Jaime Boles Gomes, alertou em 14 de abril que os produtores de castanha de caju estão a vender o produto a uma média de 250 francos cfa (0,38 euros), um preço inferior ao estipulado pelo Governo, de 375 francos cfa (0,57 euros) por quilograma.

Recordando que detém o recorde de "maior exportador de castanha de caju de todos os tempos" na Guiné-Bissau, o que lhe valeu uma medalha de ouro atribuída pela Associação Industrial Portuguesa, Braima Camará argumentou que este é o seu mundo e que tem "uma solução" para o setor.

Questionado sobre qual é essa solução, respondeu que "o segredo é a alma do negócio".

"Não vou dizer a minha solução, mas o povo da Guiné-Bissau conhece-me como um homem de palavra, um homem que quando promete cumpre. Quero só que o povo da Guiné-Bissau me dê a confiança, me dê a oportunidade, porque a hora é agora, chegou a hora, "hora Tchiga", disse, usando o 'slogan' da sua campanha para as legislativas.

Leia Também: Guiné. Governo apela a partidos para evitarem "discursos incendiários"

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