No documento divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho sublinhou "o diálogo frutífero com as autoridades tunisinas", considerando que "permitiu identificar novas pistas para o aprofundamento das relações entre a UE e a Tunísia, a curto e longo prazo".
A ministra belga Hadja Lahbib declarou que foi analisado o estado das relações entre a União Europeia e a Tunísia que considerou estarem sustentadas numa base sólida e capaz de enfrentar os desafios políticos, socioeconómicos, financeiros e migratórios.
"A nossa missão constituiu também uma oportunidade para reafirmar o nosso compromisso com os princípios e valores da democracia, do Estado de Direito e dos Direitos Humanos que sustentam as relações tunisino-europeias. Estas são as pedras basilares para enfrentarmos juntos o futuro", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros, dos Assuntos Europeus e do Comércio Externo, e das Instituições Culturais Federais da Bélgica, Hadja Lahbib.
Os dois ministros deslocaram-se a Tunes em representação do chefe da diplomacia da União Europeia Josep Borrell tendo-se encontrado com o ministro dos Negócios Estrangeiros, da Migração e dos Tunisinos no Estrangeiro, Nabil Ammar, e com o chefe de Estado Kais Saied.
A visita começou no passado dia 09 de maio e terminou na quarta-feira à noite.
O comunicado divulgado hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros português indica ainda que na sequência dos encontros com as autoridades tunisinas, os chefes da diplomacia belga e portuguesa reuniram-se com representantes da sociedade civil tunisina.
"Os ministros vão apresentar muito brevemente as conclusões desta missão no Conselho de Negócios Estrangeiros", conclui o comunicado.
No passado mês de março, Josep Borrell afirmou que "a situação na Tunísia está muito perigosa", mas reforçou a ideia de que aquele país do norte de África é um parceiro de longa data da UE.
A situação na Tunísia tornou-se particularmente tensa depois de o Presidente Kais Saied ter concentrado parte relevante dos poderes de Estado, em 2021, num clima de perseguições e detenções de figuras da oposição.
As manifestações de protesto contra o regime de Saied -- em particular pela forma como combateu a pandemia de covid-19, enfraquecendo substancialmente a economia - têm-se multiplicado nos últimos meses e a elevada abstenção nas duas voltas das recentes eleições parlamentares apontam para uma separação entre o sistema político e a sociedade.
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