O índice de Gini, que continua posicionando o Brasil como um dos países mais desiguais do mundo, passou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, seu menor nível desde 2012, quando passou a ser medido com os critérios atuais, informou o IBGE.
Apesar dessa melhoria, o estudo mostrou que a histórica concentração de renda se mantém.
Enquanto o 1% mais rico da população ganha mais de 3.490 dólares (3.196 euros) por mês, 50% dos brasileiros vivem com menos de 107 dólares (98 euros) por mês.
Em 2021, o rendimento médio do 1% mais rico era equivalente a 38,4 vezes a dos 50% mais pobres, mas essa proporção caiu para 32,5 vezes em 2022.
"A queda acentuada dessa relação para o menor patamar histórico se deve ao facto de que muitas pessoas voltaram ao mercado de trabalho, que mais pobres estão recebendo subsídios e que a renda dos mais ricos teve uma pequena redução", disse a analista Alessandra Brito, responsável pelo estudo do IBGE.
A renda média da metade mais pobre da população subiu 18% em 2022 e a do 1% mais rico caiu 0,3%.
Segundo o IBGE, a renda familiar 'per capita' do Brasil, que em 2021 havia caído para o menor nível em uma década, subiu 6,9% em 2022, para 1.586 reais (cerca de 294 euros) por mês.
O estudo também mostrou que o número de brasileiros que recebem algum tipo de renda, seja de trabalho, pensões, alugueres, subsídios ou outros tipos, subiu em 2022 para 134,1 milhões de pessoas.
Isso permitiu que a percentagem de brasileiros com algum tipo de renda subisse de 59,8% em 2021 para o recorde de 62,6% em 2022.
Entretanto, em 2022, 16,9% das famílias receberam os subsídios que o Governo distribui aos mais pobres, um número recorde.
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