Portugal vai estar representado pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, já que o ministro João Gomes Cravinho vai participar na XIV reunião de alto nível luso-marroquina que hoje decorre em Lisboa.
O primeiro tópico a ser discutido no encontro é o apoio que está a ser prestado à Ucrânia desde o início da guerra e o que está previsto para os próximos meses.
No último Conselho Europeu, em março, os 27 Estados-membros do bloco comunitário concordaram com a disponibilização de mil milhões de euros para a aquisição conjunta de munições de artilharia, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz.
Portugal foi dos primeiros países a anunciar a participação na compra conjunta de projéteis de grande calibre, especificamente de 155 milímetros, que são utilizados pelas Forças Armadas da Ucrânia.
Nas últimas semanas, a Comissão Europeia apresentou um mecanismo para incentivar o investimento na indústria da produção de munições, dotado de 500 milhões de euros, para modernizar fábricas existentes e com a possibilidade inédita de utilizar fundos de coesão e dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) para desenvolver este setor da indústria da Defesa.
A UE prometeu que vai enviar um milhão de munições de artilharia para a Ucrânia nos próximos 12 meses.
Os governantes com a pasta da diplomacia vão discutir posteriormente as tensões cada vez maiores com Pequim.
A China está a ser acusada pela UE e pelos Estados Unidos de manter uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia e até hoje persistem dúvidas sobre se Pequim pretende fornecer armamento a Moscovo.
A China apresenta-se como um interlocutor neutro no conflito, apesar das relações próximas com Moscovo.
No final de abril, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, tiveram uma conversa telefónica, a primeira desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Bruxelas tem estado atenta às movimentações de Pequim nos últimos meses e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que visitou o país asiático em abril, tem insistido que reenquadrar as relações com a China deve ser uma prioridade dos 27.
A líder do executivo comunitário tem insistido que é preciso romper gradualmente com a dependência que a UE tem da China, enquanto Pequim está a tentar reforçar os laços comerciais, aproveitando a incerteza em relação à conjuntura geopolítica internacional.
Em 2022, a China era o terceiro maior parceiro da UE nas exportações e o principal nas importações.
Ao final do dia em Estocolmo, pelas 19:00 locais (18:00 em Lisboa), está prevista uma conferência de imprensa com o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
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