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Empresa alemã vai reparar veículos militares e fabricar armas na Ucrânia

A fabricante de armas alemã Rheinmetall vai expandir-se para a Ucrânia, numa cooperação com a indústria militar ucraniana para reparar veículos militares, sendo o primeiro passo antes de abrir uma fábrica no país invadido pela Rússia, foi hoje divulgado.

Empresa alemã vai reparar veículos militares e fabricar armas na Ucrânia
Notícias ao Minuto

23:54 - 12/05/23 por Lusa

Mundo Rheinmetall

Vai ser criada uma 'joint venture' [empreendimento conjunto] entre o grupo alemão, um dos fabricantes dos tanques Leopard, e a estatal ucraniana Ukroboronprom - um conglomerado militar de propriedade do Estado, divulgou a Rheinmetall em comunicado.

"Num primeiro passo conjunto com a Ukroboronprom, as atividades no domínio da reparação de viaturas militares (...) devem constituir a pedra angular desta cooperação", detalha o comunicado de imprensa, citado pela agência France-Presse (AFP).

"Em fases subsequentes, a cooperação vai concentrar-se no fabrico conjunto de certos produtos Rheinmetall na Ucrânia com base numa transferência completa de tecnologia", acrescenta o grupo que prevê para o futuro que "novos sistemas militares também possam ser desenvolvidos em conjunto" na Ucrânia e exportados para outros países.

A 'joint venture' deve estar operacional a partir de meados de julho.

A Rheinmetall está preocupada "em cobrir as necessidades urgentes [da Ucrânia] o mais rápido possível", destacou Armin Papperger, CEO da Rheinmetall, citado no comunicado.

Papperger já tinha revelado que estava em negociações com o governo ucraniano para a instalação de uma fábrica no país.

O Governo alemão é um dos principais contribuintes para a ajuda militar prestada pelos aliados da Ucrânia e, em concreto, entrega armas e munições fabricadas pela Rheinmetall, como os tanques de combate ??Leopard que chegaram recentemente ao campo de batalha contra a Rússia.

A Rheinmettal também tinha divulgado na terça-feira que recebeu um grande pedido, no valor de várias dezenas de milhões de euros, "para o fornecimento de munição de artilharia a um cliente europeu" que não identificou.

O comunicado do grupo alemão acrescentava que "as munições serão entregues nos anos de 2023 e 2024".

O pedido "soma-se a uma série de pedidos na área das munições para veículos de combate de infantaria e tanques de batalha principais. A Rheinmetall, portanto, destaca o seu alto nível de competência na produção de munição para os seus clientes militares", destacava a empresa.

Este consórcio tecnológico possui uma gama que vai desde munições de médio calibre até veículos de combate de infantaria e armas antiaéreas.

Fabrica ainda armas aeronáuticas, 'lasers' de alta energia ou munições para tanques e artilharia.

Um dos principais fabricantes mundiais de armamentos e sistemas de munição, a Rheinmettal também está a construir uma nova unidade de produção de munição de calibre médio de 35 mm na sua sede em Unterlüß, Baixa Saxónia, para corresponder à atual procura na área da defesa aérea a partir do verão.

O grupo de Dusseldorf, no oeste da Alemanha, obteve lucros recordes em 2022 e este ano ingressou na elite da Bolsa de Valores de Frankfurt, o índice Dax que reúne as 40 maiores empresas alemãs.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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