O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comentou, no sábado, as declarações de Donald Trump, que alegou que, se fosse reeleito presidente dos Estados Unidos da América (EUA), acabaria com a guerra "em 24 horas".
Questionado por jornalistas, em Roma, sobre as declarações do republicano norte-americano, Zelensky lembrou que, na altura em que Trump era presidente dos EUA (entre 2017 e 2021), "não havia uma invasão em grande escala, mas havia uma guerra", a do Donbass.
"Já havia uma agressão russa. A Crimeia foi ocupada, parte do Donbass foi ocupado. Não tenho a certeza se ele se envolveu profundamente neste assunto, mas, mesmo assim, não resolveu a questão. Não sei se era uma prioridade para ele. Não o estou a acusar de nada. Mas temos os factos. E temos de os analisar", sublinhou Zelensky, citado pela CNN Internacional.
"[Trump] era presidente, eu era presidente. E duas partes da Ucrânia foram ocupadas. Ninguém resolveu esta questão. Ninguém. A questão não é sobre Trump", acrescentou.
Na passada quarta-feira, durante um debate promovido pela CNN, Trump defendeu que, se for eleito presidente dos EUA, irá resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. "Quero que toda a gente pare de morrer. Estão a morrer. Russos e ucranianos. Quero que parem de morrer. E vou fazer isso em 24 horas", garantiu.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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