Numa resposta à Rússia, que hoje criticou o fornecimento de mais armamento pelo Reino Unido à Ucrânia, avisando que vai causar "ainda mais destruição", Sunak prometeu que "haverá mais apoio no futuro".
"Penso que é importante que o Kremlin saiba que não vamos recuar. Estamos cá a longo prazo. Continuamos firmes na defesa da Ucrânia, não só agora para recuperar o seu território legítimo, mas também para garantir que a Ucrânia terá os meios para se defender no futuro", afirmou o governante britânico a um grupo de jornalistas na residência de campo Chequers Court, a cerca de 60 quilómetros de Londres.
Os dois líderes estiveram reunidos durante cerca de três horas após uma visita inesperada de Zelensky esta manhã ao Reino Unido para se encontrar com o "amigo Rishi". O líder ucraniano destacou a importância dos britânicos na expansão das capacidades militares de Kiev.
"Estou aqui não só por causa deste apoio, mas claro que este o apoio vai ajudar-nos a ficar mais fortes, mas também para agradecer, ao vosso povo e ao Governo", disse o chefe de Estado ucraniano.
Zelensky vincou ser "muito importante [agradecer] agora, porque alguns países, e não o mundo inteiro", estão ao lado de Kiev "desde os primeiros dias da guerra em grande escala".
"E estou grato por o Reino Unido ser um desses países", frisou.
A escala em Londres segue-se a uma série de visitas de Zelensky nos últimos dias a países da União Europeia (UE), que incluíram a Finlândia, Países Baixos, Itália, Alemanha e França.
Na semana passada, o Reino Unido anunciou o fornecimento à Ucrânia de mísseis de cruzeiro Storm Shadow, tornando-se no primeiro país a doar armas de longo alcance, superior a 250 quilómetros.
Hoje, Sunak adiantou que vai enviar nos próximos meses mais mísseis de defesa aérea e meios aéreos não tripulados, incluindo centenas de novos 'drones' de ataque com um alcance superior a 200 quilómetros.
Segundo o Governo britânico, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, o Reino Unido já treinou 15.000 soldados ucranianos em solo britânico, para além dos 22.000 soldados treinados na Ucrânia entre 2014 e 2022.
Para o verão está previsto o início do treino de pilotos para que aprendam a manobrar caças F-16, que a Ucrânia espera receber dos aliados ocidentais no futuro.
Sunak reiterou que o fornecimento de aviões de combate modernos "não é simples" em termos logísticos, e referiu que existem outros países envolvidos neste processo.
"Queremos criar esta coligação de caças e estou muito positivo. Falámos sobre o assunto e penso que serão dadas a conhecer em breve decisões importantes, mas temos de trabalhar um pouco mais nisto", adiantou Zelensky.
A guerra na Ucrânia deverá ser abordada durante a Cimeira do Conselho da Europa em Reiquiavique, na Islândia, a decorrer terça e quarta-feira, na qual Sunak vai estar presente, enquanto Zelensky só participará por videoconferência.
No próximo mês, nos dias 21 e 22 de junho, o Governo britânico vai promover em Londres uma Conferência de Recuperação da Ucrânia para mobilizar investimento internacional de apoio à reconstrução da Ucrânia.
Esta é a segunda viagem de Zelensky ao Reino Unido em três meses, depois de uma primeira visita em fevereiro que incluiu um discurso no parlamento e uma audiência com o Rei Carlos III.
Na semana passada, a primeira-dama, Olena Zelenska, representou a Ucrânia na cerimónia de coroação do Rei Carlos III, em Londres.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
[Notícia atualizada às 13h17]
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