Polícia morre em distúrbios com apoiantes do líder da oposição no Senegal

Um agente da polícia foi hoje morto no sul do Senegal durante confrontos entre a polícia e apoiantes do líder da oposição e candidato presidencial Ousmane Sonko, anunciou o Governo senegalês.

Notícia

© Cistermúsica/Facebook

Lusa
15/05/2023 19:35 ‧ 15/05/2023 por Lusa

Mundo

Senegal

O ministro do Interior do Senegal, Antoine Félix Abdoulaye Diome, anunciou em comunicado a morte de um polícia em Ziguinchor "na sequência de um trágico acidente provocado por uma viatura blindada do Grupo Móvel de Intervenção (GMI)".

A morte do agente ocorreu durante confrontos que começaram de manhã perto da casa de Sonko, que é também o presidente da câmara da cidade, quando a polícia chegou numa altura em que centenas de jovens estavam reunidos no local para tentar impedir a possível detenção do seu líder.

Além disso, de acordo com a Agência de Imprensa Senegalesa (APS, na sigla em francês), que se referiu a fontes hospitalares, três apoiantes do líder da oposição ficaram feridos e foram transportados para o hospital de Ziguinchor.

Durante os tumultos, a polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os jovens, que responderam com pedras e bloquearam as ruas com troncos e pedras para dificultar o acesso à casa do líder da oposição.

Os protestos estenderam-se a vários pontos da periferia da capital, Dacar, onde os manifestantes ergueram barricadas e incendiaram pneus.

Desde o fim de semana passado, os apoiantes de Sonko têm estado a guardar a sua casa, no meio de rumores sobre a iminente detenção do político, relacionada com o início de um julgamento previsto para terça-feira, por alegadamente ter violado e ameaçado de morte uma massagista.

No início de maio, Sonko anunciou que não responderia mais às convocações do tribunal sem que a sua segurança fosse garantida, depois de ter sido atingido por gás lacrimogéneo pelas forças de segurança quando se dirigia para o tribunal em março passado.

O processo pelo qual será julgado terça-feira remonta ao início de 2021 e esteve na origem de violentos protestos em março desse ano, que causaram a morte de pelo menos 14 pessoas - 12 das quais mortas a tiro, segundo a organização Amnistia Internacional -, depois de Sonko ter sido detido "por perturbação da ordem pública" quando se preparava para comparecer num tribunal de Dacar, rodeado por uma multidão de apoiantes.

O líder da oposição foi também condenado, em 8 de maio, a uma pena de prisão suspensa de seis meses por difamação e calúnia pública de um ministro senegalês, depois de o ter acusado de corrupção, uma sentença que põe em causa a sua elegibilidade para participar nas eleições presidenciais previstas para fevereiro de 2024.

Sonko denunciou a "instrumentalização" da justiça pelo Presidente, Macky Sall, eleito em 2012 e reeleito em 2019, para o excluir da corrida presidencial.

Tanto a possível desqualificação de Sonko das eleições presidenciais como o possível anúncio de uma terceira candidatura de Sall, que não é permitida pela Constituição, estão a deixar o país em suspenso.

Conhecido pelo seu discurso "antissistema", Sonko critica a má governação, a corrupção e o neocolonialismo francês e goza de forte apoio no seio da juventude senegalesa.

Leia Também: Opositor senegalês Ousmane Sonko condenado a pena suspensa de seis meses

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas