Combatentes ligados ao PKK mortos em ataque turco no Curdistão iraquiano
Pelo menos três combatentes de um grupo filiado ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pela Turquia, morreram hoje num ataque aéreo turco que teve como alvo um quartel-general em Sinjar, no norte do Iraque.
© Reuters
Mundo Curdistão
Os três elementos da Unidade de Proteção do Sinjar (YBS), uma milícia curda ligada ao PKK, morreram e um outro ficou ferido no ataque, que foi executado por "um avião do Exército turco", adiantou a Autoridade Antiterrorista do Curdistão Iraquiano em comunicado.
O ataque teve como alvo a sede da YBS por volta das 12:00 (09:00 em Lisboa), acrescentou a mesma fonte, sem fornecer mais detalhes.
Ataques com drones turcos contra posições do PKK ou grupos filiados no norte do Iraque são comuns, mas o ataque desta terça-feira ocorre durante as eleições presidenciais na Turquia, nas quais o atual Presidente e recandidato Recep Tayyip Erdogan promulgou grandes campanhas militares contra a guerrilha.
As presidenciais irão a uma segunda volta entre Erdogan (49,5% dos votos no domingo), há vinte anos no poder, e o seu rival Kemal Kiliçdaroglu (45%).
O último ataque turco registado no Iraque foi em 16 de abril, quando pelo menos duas pessoas morreram e outras duas ficaram feridas numa ação dirigida contra posições do PKK.
O Governo do Iraque denunciou em várias ocasiões que estas agressões "unilaterais" minam a soberania do país, e inclusive convocou várias vezes o embaixador turco em Bagdade para consultas como forma de protesto contra essas ações.
Há mais de uma década que Ancara lança ataques aéreos e incursões terrestres ocasionais no norte do Iraque, onde o PKK tem a sua retaguarda, mas desde maio de 2019 mantém uma presença contínua de comandos especiais na faixa fronteiriça, com confrontos frequentes com o grupo curdo.
O PKK iniciou a luta armada contra a Turquia em 1984, exigindo inicialmente um estado independente no sudeste do país, mas em 2013 renunciou oficialmente a esse objetivo, enquanto decorriam as negociações de paz, que foram interrompidas em 2015.
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