O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou-se, esta quarta-feira, a tecer comentários sobre o que a Rússia vai fazer sobre o acordo de exportações de cereais, que amanhã expira.
"Não acho que conversas hipotéticas sejam relevantes", disse Peskov, em declarações aos jornalistas, segundo cita a TASS, depois de ser interrogado sobre possíveis ações que Moscovo pode tomar caso o acordo não seja estendido.
"Até agora, nenhuma decisão [sobre o acordo de grãos] foi anunciada. Só temos de esperar até que haja um anúncio", acrescentou.
A 'Iniciativa para a Exportação de Cereais do Mar Negro', um conjunto de dois acordos patrocinados pela ONU e pela Turquia, alcançados separadamente com Kyiv e Moscovo em julho de 2022, retomou as exportações de cereais ucranianos que tinham sido interrompidas pelo conflito, aumentando os receios de uma crise alimentar global.
Sublinhe-se que há várias semanas que decorrem intensas negociações para garantir uma prorrogação do acordo para além de 18 de maio. O pacto já foi prorrogado por duas vezes, mas, agora, Moscovo ameaça abandonar o pacto.
Moscovo sustenta que, embora as exportações de cereais ucranianos tenham sido retomadas, as de fertilizantes e produtos alimentares russos continuam a ser dificultadas por obstáculos relacionados com as sanções impostas pelos países ocidentais após o início da ofensiva russa contra a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.
A Rússia enumerou publicamente cinco requisitos para a extensão do acordo, incluindo a reativação do banco agrícola russo Rosselkhozbank ao sistema bancário internacional Swift e a remoção de barreiras à segurança dos navios e ao acesso a portos estrangeiros.
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