Num comunicado, Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano - equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros -, indica que o secretário de Estado, Antony J. Blinken, falou com Bola Ahmed Tinubu para "enfatizar o seu compromisso permanente para continuar a reforçar a relação EUA-Nigéria com a futura administração".
"O secretário observou que a parceria entre os EUA e a Nigéria assenta em interesses partilhados e em fortes laços interpessoais e que esses laços deverão continuar a reforçar-se durante o mandato do Presidente eleito Tinubu", lê-se nas declarações.
O porta-voz do Departamento de Estado acrescenta ainda que "o secretário Blinken e o Presidente eleito Tinubu discutiram a importância de uma liderança inclusiva que represente todos os nigerianos, de uma cooperação abrangente e contínua em matéria de segurança e de reformas para apoiar o crescimento económico".
Em 25 de fevereiro, os nigerianos elegeram Bola Ahmed Tinubu, antigo chefe-executivo do estado de Lagos, do partido do Congresso de Todos os Progressistas (APC), como Presidente, que deverá suceder, em 29 de maio, a Muhammadu Buhari, que cumpriu dois mandatos.
Mas a oposição, denunciando fraudes e irregularidades, contesta a vitória de Tinubu em tribunal.
Os candidatos da oposição Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular (PDP), e Peter Obi, do Partido Trabalhista, interpuseram recurso contra os resultados eleitorais da Nigéria que deram a vitória a Bola Tinubu.
A contestação judicial é normalmente um processo moroso e deverá prolongar-se por meses, para além de 29 de maio, data em que Tinubu deverá substituir o atual Presidente, Muhammadu Buhari.
No domingo, os EUA impuseram restrições de visto a vários cidadãos nigerianos acusados de tentar minar a eleição presidencial de 25 de fevereiro passado.
"A decisão de tomar medidas para impor restrições de visto reflete o compromisso contínuo dos Estados Unidos em apoiar as aspirações nigerianas de fortalecer a democracia e o estado de direito", referiu o Departamento de Estado, em comunicado divulgado nesse dia.
Por outro lado, a embaixadora dos Estados Unidos na Nigéria, Mary Leonard, apelou em março à comissão eleitoral para atender "prontamente" os apelos apresentados pela oposição, destacando os progressos realizados nas mais de duas décadas desde "o regresso à democracia" no país africano.
"A América não é estranha a controvérsias e conflitos relacionados a eleições. Embora possa ser insatisfatório encerrar um processo eleitoral no tribunal, numa democracia constitucional que adere ao Estado de direito, é aí que eles terminam adequadamente", disse na ocasião.
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