É a primeira vez em 28 anos que são restauradas as verificações na fronteira de 1.239 quilómetros entre os dois países.
Segundo Aleinik, a introdução de controlos fronteiriços visa evitar a entrada de nacionais de países terceiros na Bielorrússia, antes da aplicação de um acordo intergovernamental sobre o reconhecimento mútuo de vistos.
No entanto, ativistas de direitos humanos sugerem que as verificações de fronteira terão como alvo os homens russos que tentam evitar a mobilização para o exército e serem enviados para guerra na Ucrânia.
Aleinik disse que as verificações são realizadas por guardas de fronteira bielorrussos em estreita cooperação com seus colegas russos.
"Não é realmente um controlo, é mais como monitorizar a situação na fronteira", disse Aleinik, em declarações a jornalistas em Moscovo.
Em 1995, todos os controlos de fronteira entre a Rússia e a Bielorrússia foram removidos.
Os países têm um acordo de aliança segundo o qual o Kremlin subsidia a economia bielorrussa, por via de empréstimos e descontos em petróleo e gás russos.
A Rússia já usou a Bielorrússia, um aliado economicamente dependente, como uma via para enviar tropas e mísseis para a guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro do ano passado.
As verificações do serviço de fronteira começaram em 05 de maio, mas as autoridades de Minsk não comentaram este desenvolvimento até hoje.
Também hoje, o ministro do Desenvolvimento Digital da Rússia, Maksut Shadayev, disse que um banco de dados unificado de pessoas elegíveis para o serviço militar deve estar pronto a tempo para o recrutamento de outono, juntamente com a introdução de mobilizações eletrónicas.
De acordo com as novas regras da Rússia, qualquer pessoa que receba uma notificação eletrónica é proibida de deixar o país antes de comparecer num centro de recrutamento.
Milhares de russos fugiram para a Bielorrússia para escapar à mobilização e perseguição na Rússia após o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Um dos casos mais conhecidos foi o de Alexei Moskalyov, que fugiu da Rússia para a Bielorrússia para escapar a uma condenação de dois anos de prisão depois de a sua filha ter feito um desenho "antiguerra" na escola.
Acabou por ser detido em Minsk em março e posteriormente extraditado para a Rússia.
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