O presidente-executivo, John Lee, falou sobre as dezenas de livros retirados das bibliotecas sem explicação prévia, incluindo publicações sobre a repressão na Praça da Paz Celestial em 1989 e outras obras escritas por políticos e comentadores pró-democracia.
Críticos disseram que a retirada dos livros prejudica ainda mais a reputação de Hong Kong e que limita o livre acesso a informação e à liberdade de expressão que já vêm a ser encolhidas desde que a ex-colónia britânica voltou para o domínio chinês em 1997.
Pequim impôs, em 2019, uma lei de segurança nacional que condiciona a informação e a liberdade de expressão depois de grandes protestos pós-democracia.
Lee defendeu a lei abrangente dizendo que as liberdades de Hong Kong são protegidas pela Constituição da cidade.
"Os livros que oferecemos aos moradores para empréstimo são os que recomendamos", disse, acrescentando que nunca são recomendados "livros que sejam ilegais e que violem direitos autorais".
"Nunca recomendaríamos aquele que consideramos que apresentam más ideologias", resumiu.
O líder de Hong Kong não detalhou o que são consideradas "más ideologias", mas disse que os moradores ainda podem encontrar os livros retirados noutros sítios que não as bibliotecas públicas.
A remoção dos livros foi relatada pelos meios de comunicação locais depois de um jornal chinês ter parado de publicar os trabalhos de um cartunista político influente na cidade por reclamações do Governo.
A lei de segurança para as artes e mídia impõe "linhas vermelhas" vagamente definidas para a produção de arte e outros conteúdos que possam ser vistos com um insulto ao controlo do Partido Comunista Chinês.
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