"Atitudes e crimes dessa natureza não podem, nem devem ficar impunes. Somos mulheres, queremos proteção, queremos paz e dignidade, queremos estudar, trabalhar e andar livremente sem medo", refere a organização numa nota conjunta com a Comunidade Muçulmana de Moçambique.
Em causa está o rapto de uma mulher empresária de 47 anos, na terça-feira, no centro da capital moçambicana, à porta da sua firma.
Segundo o comunicado, a mulher raptada, de ascendência indiana, é membro da Organização Feminina Islâmica.
As associações repudiam todos os crimes de violência e raptos que têm afetado as famílias moçambicanas, referindo que se vive em "total insegurança" no país, situação que afeta o bem-estar, saúde mental e educação de mulheres e crianças.
"Num Estado de direito ou em qualquer sociedade, crimes desta natureza deveriam ser energicamente combatidos, especialmente quando praticados contra a mulher", refere-se na nota.
A comunidade muçulmana e a organização feminina manifestaram solidariedade às famílias afetadas pelos crimes, pedindo que se tomem as "devidas medidas para devolver a paz e segurança" dos moçambicanos.
O rapto em causa aconteceu poucos dias depois de o primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, ter ido ao parlamento anunciar avanços na formação de uma unidade anti-raptos para estancar a onda de sequestros que nos últimos anos tem visado empresários ou seus familiares.
Maleiane avançou que, desde 2021, o país registou 28 casos de rapto, dos quais "15 casos foram totalmente esclarecidos".
Na avaliação anual da criminalidade no país, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, tem alertado para o envolvimento de elementos das autoridades nas redes criminosas.
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