"Estamos agora a falar de mais de 100. Sim, foram registados 110 corpos após o ataque dos pastores Fulani ao nosso povo em Kubwat, Fungzai e outras aldeias na área do governo local de Mangu", disse à EFE Paul Dakete, presidente da Coligação de Nacionalidades Étnicas Juvenis do estado de Plateau.
"Isto é claramente um massacre. É uma malvadez porque a escala da carnificina é inacreditável. Ainda estamos a recuperar corpos e ainda há muitas pessoas por contabilizar neste momento", acrescentou Dakete.
O presidente da organização disse que pelo menos 20 corpos foram descobertos hoje e que as buscas estão em curso para recuperar mais corpos.
Os corpos recuperados anteriormente foram enterrados em valas comuns e os feridos estão a ser tratados no hospital.
"A situação em Mangu é muito grave. A maioria das casas foi queimada e muitos aldeões fugiram por receio de novos ataques", enfatizou.
Dakete diz que os agricultores são "agora uma espécie em vias de extinção nas suas comunidades. Os Fulani transformaram as nossas aldeias em campos de morte".
O dirigente comunitário disse que não podia confirmar se os corpos recentemente descobertos hoje eram vítimas de ataques subsequentes ou se tinham sido mortos durante o caos de segunda-feira.
O ataque ocorreu durante a noite de segunda-feira nas áreas de Fungzai e Kubwat, embora o motivo do incidente ainda não tenha sido claramente estabelecido.
Os confrontos entre as comunidades agrícolas, maioritariamente cristãs, e os pastores Fulani, maioritariamente muçulmanos, sobre a utilização das terras e os escassos recursos naturais no estado de Plateau são frequentes.
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