Três dias antes, a ONU tinha estimado o número em 76.000.
"Neste momento, pensamos que estamos perto das 90.000 pessoas", declarou hoje à imprensa em N'Djamena Raouf Mazou, alto comissário adjunto para as Operações do ACNUR.
As Nações Unidas estimam que o conflito, que teve início em 15 de abril, causou até agora cerca de 1.000 mortos e deslocou mais de um milhão de pessoas.
Desde o início da guerra, mais de 250.000 pessoas deixaram o Sudão em direção aos países vizinhos", acrescentou Mazou.
No Chade, onde se encontram maioritariamente amontoados em campos improvisados no leste, perto da fronteira, nesta zona desértica, "mais de 90% são mulheres e crianças", afirmou Mazou, no final de uma visita de quatro dias ao Chade.
O alto comissário adjunto disse temer "a estação das chuvas que começará em breve e que constituirá um obstáculo suplementar à assistência a estas pessoas".
"Felicitamos o Chade por mostrar solidariedade", mas "o Chade não pode fazê-lo sozinho", concluiu Mazou, que exortou a comunidade internacional a "partilhar o fardo com os vizinhos do Sudão e a prestar apoio urgente".
Em 17 de maio, as Nações Unidas e os seus parceiros lançaram um apelo de 3 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) para ajudar milhões de pessoas no Sudão e centenas de milhares que fogem para os países vizinhos.
Este montante inclui 470,4 milhões de dólares (434,8 milhões de euros) "para ajudar os refugiados, os repatriados e as comunidades de acolhimento na República Centro-Africana, no Chade, no Egito, na Etiópia e no Sudão do Sul".
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