Pai ligou para "126 escolas" em busca do filho desaparecido na Austrália
Declarações proferidas por um progenitor no âmbito de um caso que está em curso nos tribunais australianos.
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Mundo Austrália
Dois pais residentes em Queensland, na Austrália, partilharam em tribunal os momentos em que se aperceberam de que os seus filhos tinham sido levados para fora do estado sem o seu consentimento.
Duas mulheres, de 50 e 61 anos, que não podem ser identificadas por razões legais, estão a ser julgadas no Tribunal Distrital de Brisbane, após se terem declarado inocentes do crime de conspiração para obstruir a justiça, reporta o news.com.au.
Alegadamente, as duas mulheres estiveram envolvidas com um grupo de conspiradores, alguns dos quais ainda não foram julgados, que trabalhavam em conjunto para ajudar mulheres que lutavam em tribunal por questões relacionadas com a custódia dos filhos.
Na terça-feira, o júri ouviu o depoimento de dois pais que viram os seus filhos ser raptados. Alegadamente, ambas as mulheres julgadas levaram as crianças por recearem pela sua segurança caso as deixassem ao cuidado dos pais, que tinham sido alvo de alegações de abuso sexual sem fundamento.
As autoridades deram conta de que a mulher de 50 anos terá raptado as suas filhas gémeas, de cinco anos, de uma escola primária em Townsville, em abril de 2014, antes de as levar para o outro lado da fronteira.
O caso não aponta para que a outra mulher, de 61 anos, tenha estado envolvida neste rapto - mas a mesma terá sido ajudada pelo grupo citado a encontrar alojamento para ela e para o neto de seis anos.
A informação levada a tribunal dava conta de que esta avó, que tinha a custódia da criança, estava em disputa legal com o pai do menino, que pedia uma autorização judicial para que o filho ficasse com ele durante as férias escolares - o que motivou o suposto rapto.
Em tribunal, o júri foi agora informado de que o pai da criança tinha previamente enviado mensagens de texto à avó do menino, informando-a de que ia buscar o rapaz à escola nesse dia. Porém, a avó pediu-lhe que aguardasse até às 17h e que podia ir buscá-lo junto de um McDonald's local.
Houve depois uma troca de mensagens furiosa entre ambos e a mulher escreveu, antes de informar o pai da criança de que ia desligar o telemóvel: "pode estar a desperdiçar uma viagem, (o rapaz) está a dizer que não quer ir consigo".
"Telefonei ao meu advogado... falei com a polícia e disseram-me que não podiam fazer nada", disse o pai, que acrescentou: "Liguei a 126 escolas, mas não consegui encontrá-lo. Não importava o que eu fizesse, não o conseguia encontrar".
Em tribunal ficou ainda claro de que o homem tinha sido alvo de alegações de abuso sexual contra o filho, mas que eram infundadas. Aliás, facto é que nenhum destes pais foi alguma vez acusado da prática de crimes de abuso sexual.
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