O Corpo Nacional de Polícia de Espanha, numa operação conjunta com a Agência Tributária e Aduaneira espanhola, deteve três pessoas, dois homens e uma mulher, suspeitos de crimes de contrabando e contra a flora e fauna na ilha de Tenerife.
As autoridades acreditam que o trio foi responsável pela introdução ilegal em território espanhol de animais de espécies protegidas e dos seus restos mortais, que posteriormente eram vendidos para serem utilizados em rituais de santería (culto religioso afro-cubano com diversos rituais).
Em comunicado, na segunda-feira, a polícia explicou que a investigação começou em 2021, quando agentes "souberam que em dois estabelecimentos da ilha de Tenerife, um em Arona e outro em San Cristóbal de la Laguna" estavam a ser "vendidos animais de espécies protegidas e os seus restos mortais" para uso em rituais religiosos.
Após investigações, "concluiu-se que a maioria destes animais estava a ser introduzida nas malas de vários passageiros em regime de viajante" tentando contornar os controlos existentes.
"Entre os produtos oferecidos estavam morcegos, aves de origem cubana, cabeças de cães, lobos, macacos, cobras ou crocodilos, além de marfim de elefante, presas de tigre, dentes de gorila ou sapos africanos", lê-se.
"Nas inspeções efetuadas aos estabelecimentos", a polícia encontrou "animais domésticos vivos destinados a práticas rituais, bem como restos mortais de diversos animais protegidos; hipopótamo, leão, hiena, crocodilo, camaleão ou cavalo-marinho".
"Após análise técnica dos mesmos, confirmou-se a sua inclusão" na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), o que levou à detenção dos responsáveis pelos estabelecimentos.
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