EUA. Target retira merchandise LGBTI+ após ameaças em lojas

O gigante do retalho norte-americano tinha posto à venda vários produtos antes da chegada do 'Mês do Orgulho LGBTI+', mas acabou por ceder à pressão violenta que vários grupos extremistas conservadores têm colocado sobre as empresas do país.

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Notícias ao Minuto
24/05/2023 09:14 ‧ 24/05/2023 por Notícias ao Minuto

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Direitos LGBTI

A empresa de retalho norte-americana Target, uma das maiores nos Estados Unidos, anunciou, na terça-feira, que vai retirar alguns produtos que promovem a visibilidade da comunidade LGBTI+ e que tinham sido colocados antes do 'Mês do Orgulho LGBTI+', após sucessivas ameaças e altercações violentas com funcionários em lojas por todo o país.

Em comunicado, citado pela Associated Press, a retalhista explicou que "desde a introdução da coleção deste ano, têm sido registadas ameaças que impactam a segurança dos membros da nossa equipa e o bem-estar no local de trabalho".

"Tendo em conta estas circunstâncias voláteis, vamos fazer ajustes aos nossos planos, incluindo removendo itens que têm estado no centro dos comportamentos de confronto mais significativos", lamentou a empresa.

A decisão surge então depois de vários funcionários das lojas terem sido ameaçados e agredidos por extremistas conservadores, que têm respondido a um aumento do marketing em torno da visibilidade da comunidade LGBTI+ com violência e boicotes às marcas.

Um dos produtos que tem sido acolhido com maior indignação são fatos-de-banho especialmente desenhados para mulheres transgénero que não tenham feito cirurgias ou tratamentos sobre os seus genitais (produtos que são catalogados como 'tuck friendly').

Os produtos estão à venda desde o início de maio, com o 'Mês do Orgulho LGBTI+', a celebrar-se durante o mês de junho, em todo o mundo.

No centro destas situações controversas está a cerveja Bud Light, da cervejaria norte-americana Budweiser, que decidiu criar uma campanha de publicidade com a atriz e influencer transgénero Dylan Mulvaney. No entanto, a onda de crescente transfobia na política norte-americana e ódio violento contra pessoas transgénero traduziu-se numa forte contestação contra a campanha, com a empresa a sofrer perdas de receita após a campanha, e tornaram-se comuns as demonstrações de destruição de cerveja Bud Light nas redes sociais.

No entanto, a Budweiser garante que não vai ceder ao boicote por parte de conservadores e promete que vai aumentar a sua despesa com marketing.

Ao longo do último ano, em vários estados conservadores, têm-se intensificado as medidas contra a comunidade LGBTI+ e, em particular, a comunidade trans, com muitas regiões a proibirem ou limitarem o acesso a cuidados de saúde e tratamentos de transição (tanto para adolescentes como para adultos), a impedirem pessoas trans de participarem em desportos e várias atividades, a proibirem espetáculos drag e organizações queer de realizarem atividades inclusivas em escolas, e a banirem livros e outros conteúdos de escolas e livrarias que abordem e esclareçam sobre temas referentes à comunidade LGBTI+.

Leia Também: EUA. Estado conservadores aprovam leis com limite para alunos transgénero

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