A pior seca dos últimos 40 anos deu lugar a chuvas repentinas e inundações, os preços dos alimentos e da energia continuam elevados e o impacto do conflito no Sudão repercute-se em toda a região, afirmou o PAM, num comunicado divulgado em Nairobi.
"Com conflitos, situações climáticos extremas e crises económicas, a região do Corno de África enfrenta múltiplas crises em simultâneo", afirmou o diretor regional do PAM para a África Oriental, Michael Dunford.
"E agora, a eclosão do conflito no Sudão está a forçar centenas de milhares de pessoas a fugir das suas casas", acrescentou.
Os últimos três anos de seca deixaram mais de 23 milhões de pessoas com fome em partes da Etiópia, do Quénia e da Somália, e as taxas de mortalidade e de subnutrição continuam a ser "inaceitavelmente" elevadas, segundo o programa da Organização das Nações Unidas (ONU).
Além disso, as sucessivas más colheitas e os elevados custos de transporte fizeram com que os preços dos alimentos ficassem fora do alcance de milhões de pessoas na região.
O PAM afirmou que a região levará anos a recuperar e que a assistência humanitária é uma "tábua de salvação".
A limitação dos recursos humanitários foi ainda agravada pelo conflito no Sudão, que obrigou mais de 250.000 pessoas a fugir para países vizinhos como a Etiópia e o Sudão do Sul, onde a insegurança alimentar já é elevada.
"Sem um financiamento sustentável para soluções de emergência e de adaptação às alterações climáticas, a próxima crise climática poderá levar a região à beira da rotura", alertou Dunford.
O programa da ONU sublinhou que precisa "urgentemente" de 810 milhões de dólares (cerca de 752 milhões de euros) nos próximos seis meses para manter a assistência humanitária e investir na resiliência a longo prazo no Corno de África.
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