Num comunicado assinado por um porta-voz para a Política Externa, a UE diz estar "profundamente preocupada com a decisão, que condena, das autoridades israelitas permitindo a cidadãos de Israel que estabeleçam uma presença permanente no assentamento de Homesh, na Cisjordânia ocupada".
Na mesma nota, os 27 do bloco europeu exortam o Governo israelita a "anular esta e outras decisões (...) no sentido de avançar com planos para mais de 600 unidades habitacionais em colonatos existentes e novos na Cisjordânia", reiterando a ilegalidade destes atos perante a lei internacional.
A UE diz-se ainda consternada com o facto de a comunidade palestiniana de Ein Samiya, também na Cisjordânia ocupada, "ter sido forçada a abandonar as suas casas, como resultado dos repetidos ataques de colonos e de ordens de demolição".
O parlamento israelita aprovou em março uma polémica revisão à lei de desocupação de 2005, que repõe quatro colonatos judeus na Cisjordânia, enquanto o Governo chefiado por Benjamin Netanyahu -- o mais à direita da história de Israel - demonstra intenção de expandir os colonatos existentes e construir novos.
Pouco depois de ser aprovado pelo parlamento, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) rejeitou o regulamento e considerou-o uma "violação" do Direito Internacional.
O regresso a estes colonatos na Cisjordânia tem sido uma das principais reivindicações do movimento pró-colonização israelita nos últimos anos, que já se tentou estabelecer novamente em Homesh, onde também foi construída uma escola de estudos judaicos (Yeshiva).
Os palestinianos reivindicam a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza -- áreas capturadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967 -- para um futuro Estado.
Cerca de 700.000 colonos israelitas vivem na Cisjordânia e no leste de Jerusalém.
A grande maioria da comunidade internacional considera os colonatos de Israel como "ilegais", que criam "obstáculos à paz".
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