"Dentro de horas". Rússia estará a preparar-se para fingir ataque nuclear
O Ministério da Defesa da Ucrânia adiantou que as forças de Moscovo tencionam, "obviamente", culpar Kyiv.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
Os serviços secretos do Ministério da Defesa ucraniano avançaram, esta sexta-feira, que as forças russas estão a preparar-se para fingir a ocorrência de um ataque nuclear na central de Zaporíjia "dentro de horas", de modo a "provocar a comunidade internacional e levar a uma investigação detalhada, que requererá um cessar-fogo".
"Os russos estão a preparar uma provocação massiva, e um acidente falso na central nuclear de Zaporíjia acontecerá nas próximas horas. Estão a planear atacar o território. Depois, anunciarão a fuga de substâncias radioativas", escreveu a entidade, na rede social Twitter.
O organismo adiantou que as forças de Moscovo tencionam, "obviamente", culpar a Ucrânia.
"Os russos sabotaram a rotação de hoje da equipa da missão de monitorização da Agência Internacional de Energia Atómica [AIEA]. Pretendem provocar a comunidade internacional e levar a uma investigação detalhada, que requererá um cessar-fogo", complementou, apontando que o exército russo "aproveitará esta pausa tão desejável para reagrupar o pessoal ocupacional e deter a contraofensiva ucraniana".
‼️ Russians are preparing massive provocation and imitation of the accident at the Zaporizhzhia nuclear plant in the nearest hours.
— Defence intelligence of Ukraine (@DI_Ukraine) May 26, 2023
They are planning to attack the territory of the ZNPP. After that, they will announce the leakage of the radioactive substances. pic.twitter.com/Vk6hRDD26v
De notar que, esta sexta-feira, a AIEA revelou, em comunicado, que o seu diretor, Rafael Grossi, tenciona apresentarm, na terça-feira, junto da Organização das Nações Unidas (ONU), propostas para proteger a central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pela Rússia.
O responsável considerou, no início deste mês, que a situação no local estava a “tornar-se cada vez mais imprevisível e potencialmente perigosa", principalmente depois de o governador daquela área ocupada pela Rússia, Yevgeny Balitsky, ter ordenado a retirada de civis.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: ONU debate propostas sobre central nuclear de Zaporíjia na terça-feira
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