ONU estima que insegurança alimentar deve aumentar em 22 países

O ONU advertiu que a situação de insegurança alimentar deverá aumentar em 18 pontos críticos, envolvendo 22 países, a maioria em África, Médio Oriente e América Latina, durante o período de previsão de junho a novembro de 2023.

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Lusa
29/05/2023 08:21 ‧ 29/05/2023 por Lusa

Mundo

Insegurança alimentar

Em comunicado, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e o Programa Alimentar Mundial avisam que Afeganistão, Nigéria, Somália, Sudão do Sul e Iémen permanecem no mais alto nível de preocupação. Haiti e a região do Sahel (Burkina Faso e Mali) e o Sudão foram elevados ao mesmo patamar.

Esta situação é resultado de "severas restrições de movimento de pessoas e mercadorias no Haiti, assim como no Burkina Faso e Mali, e a recente eclosão do conflito no Sudão".

Todos estes pontos têm populações que enfrentam ou têm projetadas situações de fome, segundo a ONU, que pede a mais urgente atenção para estes países

Paquistão, República Centro-Africana, Etiópia, Quénia, República Democrática do Congo e Síria são pontos classificados como de "grande preocupação", e o aviso também é estendido a Myanmar nesta edição.

Todos estes países têm um elevado número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar crítica nos próximos meses.

Líbano, Salvador e Nicarágua foram igualmente adicionados à lista de pontos de fome, desde a última edição deste relatório, em setembro de 2022.

Malaui, Guatemala e Honduras continuam países críticos da fome.

"A deterioração da insegurança alimentar aguda nos focos de fome ocorre no contexto de uma crise alimentar global", segundo o documento, destacando o caso do Sudão, onde o recente conflito "marca um novo pico nos níveis globais" e pode afetar países vizinhos.

Por outro lado, a ONU espera que a economia global desacelere em 2023, aumentando o custo de crédito, apesar de um ano de redução dos preços internacionais dos alimentos, mas que não se reflete nos preços domésticos, devido também a baixas reservas de moeda estrangeira em muitos países e redução de ajuda de doadores, restringindo as importações.

O relatório alerta também para os fenómenos climáticos extremos, como chuvas fortes, tempestades tropicais, ciclones, inundações, secas e aumento da instabilidade do clima, com forte influência do "El Niño" entre maio e julho de 2023.

"Os impactos sobre a produção permanecem críticos. O ciclone Mocha deixou um rasto de devastação em maio de 2023 em Myanmar, onde as famílias em muitos distritos perderam 'stocks' substanciais de alimentos e meios de subsistência", descreve.

A ONU insiste que assistência urgente e ampliada é necessária em todos os 18 pontos principais de fome para proteger os meios de subsistência, aumentar o acesso aos alimentos e evitar uma maior deterioração da insegurança alimentar aguda e desnutrição.

O relatório assinala ainda que a ajuda humanitária é limitada em vários países devido à violência organizada ou conflitos, à presença de impedimentos administrativos ou burocráticos, e restrição de movimentos de pessoas.

Leia Também: Unicef alerta para grave "crise de fome" no corno de África

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