Hong Kong tem quase 1.500 presos políticos, revela ativista refugiada 

A ativista pró-democracia Carmen Lau revelou hoje em Londres, onde está refugiada, que estão detidos 1.491 presos políticos em Hong Kong acusados de violar a lei de segurança nacional e de outros delitos. 

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© Hesther Ng/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
30/05/2023 21:02 ‧ 30/05/2023 por Lusa

Mundo

Hong Kong

"Há cada vez mais presos políticos nas prisões de Hong Kong, não só ao abrigo da lei de segurança nacional, mas também com muitas outras acusações", afirmou, durante o seminário "Navegar no futuro da democracia de Hong Kong", organizado pelo centro de estudos Chatham House.

Além dos quase 1.500 presos políticos, referiu que 85 organizações de sociedade civi terão sido dissolvidas após a introdução da lei de Segurança Nacional, em 2020.

Nathan Law, outro ativista que também procurou refúgio no Reino Unido devido ao risco de detenção, confirmou que "nos últimos dias surgiram novos processos com acusações a manifestantes ao fim de quatro anos" dos protestos antigovernamentais de 2019. 

"São mais de mais de uma dúzia de manifestantes com acusações apresentadas há poucos dias", afirmou o antigo deputado, que fugiu antes de um julgamento por participar numa vigília em memória do massacre de Tiananmen em 2020. 

Law já tinha estado preso pelo papel no movimento 'Occupy', que ficou conhecido como 'Umbrella Revolution' [revolução dos guarda-chuvas] em 2014.

O antigo deputado recordou que outras figuras proeminentes, como Jimmy Lai, Benny Tai e Joshua Wong estão detidos "há mais de dois anos sem terem sido condenados".

Alguns, como Gwyneth Ho e Chow Hang-tung, têm sido "muito fortes a enfrentar esses julgamentos, não se importam com o número de anos que vão receber".

Outros, continuou o ativista, adoptam uma abordagem mais pragmática e declaram-se culpados, não por acreditarem que fizeram algo de errado, mas porque podem reduzir a pena e sair da prisão o mais cedo possível.

Vários detidos estão "mentalmente deprimidos [por estarem] separados dos seus entes queridos há anos", revelou.

Tanto Carmen Lau como Nathan Law estavam em risco de serem detidos e refugiaram-se no Reino Unido, país que desde 2021 concedeu visto de residência a 160.000 residentes de Hong Kong com passaporte britânico.

O passaporte britânico foi concedido àqueles que nasceram antes de 01 de julho de 1997, data da transferência da administração da antiga província britânica para a China. 

"Para os activistas exilados, tem sido muito difícil instalar-se num novo país e tentar familiarizar-se com uma nova comunidade", reconheceu Lau

Para Nathan Law, o desafio agora é mobilizar os antigos habitantes de Hong Kong no Reino Unido continuar a fazer campanha sobre a situação naquele território para a comunidade internacional continuar a pressionar Pequim.

Leia Também: Hong Kong. Começam a ser julgados 13 alegados envolvidos em ataque

 

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