"Berlim não deverá ter quaisquer dúvidas de que tais atos provocadores irrefletidos não ficarão sem a nossa justa resposta", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado.
Considerando tratar-se de "mais uma medida hostil destinada a destruir mais as relações russo-alemãs", o ministério russo acusou Berlim de ser responsável pela "escalada constante", ao "expulsar em massa" diplomatas russos "sob pretextos absurdos", reduzindo os efetivos das missões diplomáticas e atrasando a emissão de vistos.
A Alemanha anunciou hoje a decisão de encerrar quatro dos cinco consulados russos presentes no seu território como retaliação às restrições impostas por Moscovo à sua própria representação diplomática na Rússia.
Apenas o quinto consulado e a embaixada russa em Berlim poderão manter-se em funcionamento.
As autoridades russas tinham anunciado a diminuição drástica, a partir de junho, do número de pessoas que a Alemanha pode enviar ou empregar na Rússia na sua embaixada ou em instituições em funcionamento no país, em particular nas áreas da cultura e da educação.
Várias centenas de pessoas são afetadas por esta medida: funcionários da embaixada e dos consulados, mas sobretudo empregados do instituto cultural Goethe no território russo, da escola alemã e de jardins-de-infância e ainda professores a trabalhar em escolas russas.
"O Governo russo deu, assim, um passo em direção a uma escalada, e essa decisão injustificada obriga o Governo [alemão] a fazer grandes cortes em todas as áreas da sua presença na Rússia", explicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, numa conferência de imprensa regular.
A Alemanha decidiu também encerrar em novembro três dos seus próprios consulados na Rússia -- os de Kaliningrado, Ecaterimburgo e Novosibirsk.
Em abril, Moscovo já tinha anunciado a expulsão de cerca de 20 diplomatas alemães, em retaliação a uma medida semelhante adotada por Berlim.
Estas decisões surgem numa altura em que as relações bilaterais germano-russas, outrora próximas, estão no seu ponto mais baixo.
A invasão russa da Ucrânia, em fevereiro do ano passado, obrigou a Alemanha a uma dolorosa e dramática reviravolta diplomática e económica depois de ter, durante décadas, apostado numa aproximação à Rússia nessas duas áreas.
A Rússia era, antes do início da guerra na Ucrânia, o principal fornecedor de gás à Alemanha e um dos seus maiores fornecedores de petróleo.
A Alemanha pôs fim a essas importações e tornou-se um dos principais fornecedores de armamento a Kiev e, ao mesmo tempo, um dos seus maiores apoiantes financeiros.
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