"Vamos tomar todas as medidas necessárias para reforçar a segurança da central nuclear de Zaporijia, de acordo com a nossa legislação nacional e os compromissos assumidos perante as instituições internacionais de que o nosso país faz parte", declarou hoje o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo, Alexandr Grushko.
O diplomata referia-se aos princípios definidos na terça-feira pela Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) na ONU e sublinhou que Moscovo vai assegurar a proteção da central "para evitar que Kiev e o Ocidente violem a sua segurança de forma grosseira e irresponsável".
"Nós nunca estacionámos nem tencionamos estacionar contingentes militares e equipamento bélico com fins ofensivos no terreno da central nuclear. Só lá estão as forças necessárias para a defender dos ataques ucranianos", sustentou.
Segundo Grushko, as propostas do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, ao Conselho de Segurança da ONU "criam as bases para que o secretariado daquele organismo torne finalmente pública a informação de que dispõe sobre os ataques ucranianos à central e condene abertamente esses ataques irracionais de Kiev".
O vice-MNE russo responsabilizou a parte ucraniana por "bloquear todas as iniciativas do diretor-geral da AIEA destinadas a reforçar a segurança da central nuclear".
Na terça-feira, Grossi apresentou no Conselho de Segurança da ONU cinco princípios que deverão ser cumpridos tanto pela Rússia como pela Ucrânia para garantir a segurança da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa.
O diretor da agência especializada da ONU propôs que não seja efetuado qualquer tipo de ataque à central, que esta não seja usada para armazenar armamento pesado ou tropas com capacidade ofensiva, que não se ponha em risco o abastecimento de energia elétrica às instalações (fundamental para arrefecer reatores), que se protejam todas as suas estruturas, sistemas e componentes essenciais e que não se faça nada que mine estes compromissos.
O responsável da AIEA indicou que os especialistas destacados pela organização na central para garantir a sua segurança se encarregarão de zelar pelo respeito destes princípios e que tornarão pública qualquer violação.
"Estes princípios não são prejudiciais a ninguém e beneficiam todos. Impedir um acidente nuclear é possível. Cumprir estes cinco princípios da AIEA é a forma de começar", frisou Grossi, acrescentando que, para os redigir, consultou as autoridades ucranianas e russas.
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