O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reconheceu, esta sexta-feira, que a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) é "impossível" até o conflito com a Rússia chegar ao fim, assinalando que a Ucrânia não vai "puxar qualquer país da NATO para uma guerra".
Apesar de ter apontado que a adesão à aliança seria a maioria garantia de segurança para o país, o chefe de Estado salientou, em conferência de imprensa com o presidente da Estónia, Alar Karis, que compreende que a Ucrânia não será "membro da NATO enquanto a guerra estiver em andamento".
"Somos pessoas razoáveis e entendemos que não vamos puxar nenhum país da NATO para uma guerra", disse.
E prosseguiu: "E é por isso que compreendemos que não seremos membros da NATO enquanto esta guerra estiver em andamento. Não porque não queiramos, mas porque é impossível."
Contudo, na quinta-feira, o presidente ucraniano disse esperar um "convite claro à adesão" à NATO na cimeira da Aliança Atlântica de julho, ao mesmo tempo que mencionou num "ano de decisões", nas quais incluiu também a integração na União Europeia (UE).
Por seu turno, o chanceler alemão, Olaf Scholz, mostrou-se relutante sobre a possível entrada da Ucrânia na NATO no final da guerra, apontando a ausência de conflitos fronteiriços como critério de admissão na Aliança Atlântica.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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