As inundações que afetam atualmente o Quénia, a Somália e a Etiópia, países que integram a região do Corno de África, além do Sudão, Sudão do Sul, Uganda e Djibuti, após longos períodos de seca, obrigaram milhares de pessoas a abandonar as suas casas e "aumentam o risco de surtos de doenças em zonas já afetadas pela malária e pela cólera", alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa.
O especialista etíope sublinhou que a falta de recursos está a dificultar o trabalho da OMS no terreno para ajudar as pessoas afetadas pela crise alimentar e sanitária e recordou que a OMS precisa de 178 milhões de dólares (166 milhões de euros) este ano para apoiar a região.
"Enfrentamos desafios de financiamento significativos e apelamos aos doadores para que sejam generosos", acrescentou.
No Sudão, a situação é complicada, por causa do conflito desde 15 de abril, que tem afetado muitas partes do país nas últimas sete semanas. "Muitas pessoas estão a morrer porque não conseguem aceder aos hospitais ou obter os cuidados de saúde de que necessitam", afirmou o diretor da OMS.
"Muitas mulheres não podem dar à luz em segurança, muitas crianças estão a morrer de desnutrição e desidratação e, com o início da estação das chuvas, possíveis surtos de doenças infecciosas podem causar graves problemas de saúde", alertou.
Tedros recordou que o conflito provocou o êxodo de 1,6 milhões de pessoas, incluindo refugiados e pessoas deslocadas internamente, e denunciou que 46 instalações de saúde foram atacadas durante os combates.
"Destes ataques, 16 ocorreram após a assinatura da declaração de 11 de maio, na qual as partes em conflito se comprometeram a proteger os civis, o que é inaceitável", afirmou.
"O acesso limitado a muitas zonas e a insegurança continuam a dificultar os nossos esforços de distribuição de ajuda e apelamos a todas as partes no Sudão para que retomem as negociações de cessar-fogo", sublinhou, referindo-se ao exército sudanês e aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido.
O responsável apelou ainda às duas partes para que "se retirem das instalações de saúde, protejam os trabalhadores e apoiem a distribuição da ajuda humanitária".
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