Às 06h40 locais (07h40 em Lisboa), as principais mesas de voto do centro da cidade de Bissau, capital do país, ultimavam os preparativos, visionados pelos observadores eleitorais, e os guineenses faziam fila ou marcavam o seu lugar na fila com pedras para votar.
"Acho que é um ato que cada um de nós guineenses devemos praticar para ver se mudamos esta tempestade que até agora a Guiné-Bissau ainda não ultrapassou. Talvez desta vez cheguemos a um bom porto. É o meu desejo, porque a Guiné precisa", disse o cineasta guineense Flora Gomes, após ser um dos primeiros a exercer o seu direito de voto.
"Devemos votar, cada qual vota em quem se sentir representado. Acho que isso tem de ser mesmo assim, caso contrário não é democracia, e que se respeite o resultado do povo, isso é que é democracia", salientou Flora Gomes.
Já Hipólito Mendes, antigo presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, destacou a importância do voto, porque o "país não está bem".
"O país foi convocado para mais umas eleições e o país não está bem, não é segredo para ninguém, facto pelo qual todos os guineenses devem hoje exercer o direito de voto", afirmou Hipólito Mendes.
Para o antigo presidente da Federação de Futebol guineense, voto de hoje "é que vai fazer a justiça".
"Para tal eu convido todos os meus concidadãos a sair em massa para votarmos porque foram quatro anos de muita maldade, já chega", disse Hipólito Mendes.
Sãozinha Ié, que também exerceu o seu direito de voto muito cedo, pediu aos guineenses para votarem com responsabilidade "rumo ao desenvolvimento" da Guiné-Bissau.
Perto de 900 mil eleitores guineenses escolhem hoje os novos deputados e o partido que vai formar o Governo entre 20 partidos e duas coligações, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo.
As urnas abriram às 07h00 locais (08h00 em Lisboa) e encerram às 17h00 (18h00 em Lisboa) e haverá 3.524 mesas de voto, no país e na diáspora.
As eleições estão a ser acompanhadas por cerca de 200 observadores internacionais, incluindo da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ex-presidente cabo-verdiano Jorge Carlos Fonseca, da União Africana, chefiado pelo ex-presidente moçambicano Joaquim Chissano, e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), chefiada pelo ex-vice-ministro dos Negócios Estrangeiros timorense Alberto Carlos.
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