Eleições? Sánchez assegura que presidência da UE não será prejudicada

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, garantiu hoje que a presidência do Conselho da União Europeia (UE) no segundo semestre do ano, que assumirá Espanha, não será prejudicada pela antecipação das eleições legislativas no país para 23 de julho.

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Lusa
05/06/2023 15:39 ‧ 05/06/2023 por Lusa

Mundo

Espanha

"Os objetivos já estão definidos. Além disso, não são objetivos que estabelece apenas a presidência espanhola, são partilhados pelo resto dos Estados-membros e pela Comissão Europeia", afirmou Sánchez, em Madrid, numa conferência de imprensa ao lado do homólogo sueco, Ulf Kristersson, cujo país assume atualmente a presidência semestral europeia.

Entre esses objetivos estão, afirmou Sánchez, avanços nas negociações do pacto de imigração e asilo da UE e das novas regras fiscais e macroeconómicas para os Estados-membros, assim como o aprofundamento da designada "autonomia estratégica" da Europa, para diminuir a dependência de fornecedores externos, como a China.

"São objetivos que todos partilhamos e esperamos que cheguem a bom porto antes do final do ano", disse o primeiro-ministro espanhol, que acrescentou que "não há nenhum risco de que não se possam cumprir todos os objetivos", que foram definidos antes da antecipação das eleições.

Sánchez acrescentou que já houve eleições noutros países enquanto tinham a presidência semestral europeia e "não aconteceu absolutamente nada".

O primeiro-ministro de Espanha realçou que só está prevista uma cimeira europeia antes das eleições legislativas, que estavam inicialmente marcadas para dezembro.

Essa cimeira que se vai realizar antes das eleições vai juntar os líderes da UE com os da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Bruxelas, em 17 e 18 de julho.

Não há uma cimeira UE-CELAC há oito anos e este novo impulso às relações entre a Europa e a América Latina, também no contexto do debate da "autonomia estratégica" europeia, é outra das marcas que Espanha pretende deixar com a sua presidência do Conselho da UE.

Neste contexto, o Governo de Madrid, como reafirmou hoje o próprio Sánchez, espera também que no segundo semestre deste ano se conclua a revisão dos acordos comerciais da UE com o Chile e com o México e que seja dado um "passo decisivo" para o acordo com o Mercosul (Mercado Comum do Sul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai).

O primeiro-ministro de Espanha destacou ainda como objetivos da presidência espanhola a continuidade do apoio à Ucrânia, mantendo a unidade dos Estados-membros nesta matéria.

Espanha vai receber a presidência semestral do Conselho da UE da Suécia, cujo primeiro-ministro, Ulf Kristersson, garantiu hoje que no primeiro semestre houve progressos no pacto de imigração e asilo da União Europeia, cabendo agora à presidência espanhola também um "papel muito importante" nesta negociação.

Tanto Kristersson como Sánchez realçaram a importância de fechar este dossiê - e outras negociações - antes do final da atual legislatura europeia, ou seja, antes das eleições para o Parlamento Europeu de junho de 2024.

Quanto à antecipação das eleições espanholas, Ulf Kristersson afirmou que outros países foram também a votos enquanto assumiam as presidências semestrais europeias e "não há nenhum problema".

A própria Suécia, lembrou, teve eleições imediatamente antes de assumir a presidência do Conselho da UE e França, por exemplo, teve presidenciais a meio.

Espanha vai ter eleições legislativas gerais antecipadas em 23 de julho, convocadas pelo próprio Pedro Sánchez na sequência da derrota do Partido Socialista (PSOE), que lidera, nas regionais e municipais de 28 de maio.

Leia Também: Com eleições à porta, Sánchez adia discurso no Parlamento Europeu

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