A repressão das ativistas inclui também deslocações, perseguição judicial e assédio físico.
O problema é mais grave na América Latina, Ásia e África, mas também ocorre na América do Norte e Europa.
Daqueles assassínios, 19 ocorreram nas Filipinas, sete na Colômbia e no Brasil, seis no México, quatro na Guatemala e no Peru, dois no Reino Unido e no EUA e um em Espanha.
As investigadoras apontaram para a necessidade de abordar a violência sistémica que incide sobre as mulheres defensoras do ambiente que, com frequência, "não é denunciada".
Avisaram também que esta informação mostra a perpetuação da violência contra as comunidades indígenas, minoritárias, pobres y rurais.
Estes conflitos ocorrem, por norma, quando os projetos de extração de recursos naturais para exportação implicam a expulsão de comunidades das suas terras e a destruição ecológica, o que ameaça a existência cultural e física daquelas comunidades, resumiu-se no texto.
Quando os defensores ambientais que se enfrentam a represálias violentas são mulheres, os incidentes não costumam ser documentados, por censura e falta de informação. Desta forma a violência contra as mulheres está subestimada em grande medida.
Dalena Tran, da Universidade Autónoma de Barcelona, e Ksenija Hanacek, da de Helsínquia, examinaram os casos disponíveis até janeiro de 2022 no Mapa Mundial de Justiça Ambiental, que recenseia conflitos relacionados com água, combustíveis fósseis, agricultura e desflorestação.
As autoras identificaram 523 casos em que estiveram envolvidas defensoras ambientais, concentrados na extração e recursos, agroindústria e indústria.
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