Aliados europeus da Ucrânia condenam destruição de barragem

Os aliados europeus da Ucrânia condenaram hoje a destruição da barragem ucraniana de Nova Kakhovka e alguns líderes destes países afirmaram que o incidente pode ser considerado "um crime de guerra".

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© Reuters

Lusa
06/06/2023 12:47 ‧ 06/06/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

O chanceler alemão, Olaf Scholz, alertou durante um evento em Berlim que este incidente eleva a guerra na Ucrânia a "uma nova dimensão" e apontou que "se encaixa" no "modus operandi" do Presidente russo, Vladimir Putin.

A barragem de Kakhovka, que Kiev e Moscovo se acusaram mutuamente de atacar hoje, é uma estrutura fundamental no sul da Ucrânia que fornece água à Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014.

Scholz, citado pela rádio WDR, sublinhou que as forças russas sofreram vários contratempos na esfera militar e, desde o início da invasão em fevereiro de 2022, atacaram alvos civis sem qualquer justificação.

Já a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, acusou a "terrorista" Rússia de tornar a água da barragem numa arma.

"Destruir a barragem de Nova Kakhova é um crime de guerra que afeta numerosos civis e implica ecocídio e destruição em massa", afirmou a primeira-ministra da Estónia na rede social Twitter.

Kaja Kallas tem apelado pelo fim do "ciclo de agressão" e pedindo o aumento da ajuda à Ucrânia, para que o país consiga chegar à "vitória", afirmação que também é partilhada pelo primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, que vê na solidariedade com Kiev "o único caminho para a paz".

"A agressão russa na Ucrânia é indesculpável e causa enorme sofrimento", disse o líder checo, que se referiu ao ataque à barragem como um "desastre humanitário".

Já o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, sublinhou que "a destruição de uma grande barragem é um crime de guerra que ameaça diretamente milhares de pessoas" e apelou pela responsabilização da Rússia.

"Hoje, testemunhámos um ataque sem precedentes contra a infraestrutura civil ucraniana", enfatizou Nauseda.

A chefe de Estado da Moldova, Maia Sandu, também sublinhou que neste caso houve um crime de guerra e culpabilizou a Rússia.

Maia Sandu ofereceu a ajuda ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para mitigar o impacto das inundações.

Considerada no início da invasão como um alvo prioritário para os russos, esta barragem hidroelétrica no rio Dniepre está agora na linha da frente entre as regiões controladas por Moscovo e o resto da Ucrânia.

Segundo Kiev, "cerca de 16 mil pessoas encontram-se numa zona crítica", ameaçadas pelas inundações provocadas pela destruição parcial da barragem.

Moscovo disse que 14 localidades, onde vivem "mais de 22 mil pessoas", estão sob ameaça, mas considerou que a "situação está totalmente sob controlo".

A barragem situa-se a 150 quilómetros da central nuclear de Zaporijia, mas a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que as cheias provocadas pela destruição da infraestrutura não representam um perigo imediato para a central.

Construída na década de 1950, durante o período soviético, a barragem permite o envio de água para o canal da Crimeia do Norte, que parte do sul da Ucrânia e atravessa toda a península ocupada e anexada por Moscovo desde 2014.

Leia Também: Moscovo acusa Kyiv de sabotagem deliberada com destruição de barragem

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