Cerca de 800 pessoas retiradas após destruição de barragem na Ucrânia

Nas imagens, às quais poderá aceder na galeria abaixo, é possível ver os socorristas a carregar alguém acima da superfície da água, com recurso a um tapete.

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© Ukrainian Red Cross / Twitter

Notícias ao Minuto com Lusa
06/06/2023 17:41 ‧ 06/06/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Cerca de 800 pessoas, 66 das quais com mobilidade reduzida, foram retiradas pela Cruz Vermelha e pelos serviços de emergência ucranianos na sequência da destruição da barragem de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, esta terça-feira.

Através das redes sociais, o organismo detalhou que pelo menos 80 localidades estão em risco de inundações, ao mesmo tempo que mostrou o resgate de uma pessoa com mobilidade reduzida.

Nas imagens, às quais poderá aceder na galeria acima, é possível ver os socorristas a carregar alguém acima da superfície da água, com recurso a um tapete. A residência onde a vítima se encontrava aparenta estar completamente inundada.

De notar que a destruição parcial da barragem, numa região controlada pelas forças russas, provocou inundações em pelo menos 24 localidades e cerca de mil civis foram retirados da zona, anunciou hoje o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko.

Considerada no início da invasão como um alvo prioritário para os russos, esta barragem hidroelétrica no rio Dniepre está agora na linha da frente entre as regiões controladas por Moscovo e o resto da Ucrânia.

Segundo Kyiv, "cerca de 16 mil pessoas encontram-se numa zona crítica", ameaçadas pelas inundações provocadas pela destruição parcial da barragem, dando ainda conta de que 150 toneladas de óleo de motor foram derramadas no rio Dniepre.

Moscovo disse que 14 localidades, onde vivem "mais de 22 mil pessoas", estão sob ameaça, mas considerou que a "situação está totalmente sob controlo".

Os dois países acusaram-se mutuamente pelo incidente.

A barragem situa-se a 150 quilómetros da central nuclear de Zaporíjia, mas a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que as cheias provocadas pela destruição da infraestrutura não representam um perigo imediato para a central.

Construída na década de 1950, durante o período soviético, a barragem permite o envio de água para o canal da Crimeia do Norte, que parte do sul da Ucrânia e atravessa toda a península ocupada e anexada por Moscovo desde 2014.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 8.895 civis desde o início da guerra e 15.117 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: AIEA fala em "redução" de água para refrigerar central de Zaporijia

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