O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou ter ficado "chocado" com a falta de resposta das organizações internacionais após a destruição da barragem de Kakhovka, no sul do país, acusando a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha de não estarem presentes no local.
"Não estão aqui. Embora a catástrofe tenha ocorrido há várias horas. Eles não estão lá", afirmou o presidente ucraniano em entrevista ao jornal alemão Bild, divulgada um dia após a explosão.
Na ótica de Zelensky, a ONU e a Cruz Vermelha deveriam ser "os primeiros a estar lá para salvar vidas". "Não recebemos uma resposta. Estou chocado", lamentou.
O presidente descreveu a destruição como uma "tragédia, um desastre ambiental e humano" e reconheceu que a situação "não ajuda na contraofensiva" planeada contra as tropas russas.
"É difícil dizer que impacto isso vai ter. Não posso entrar em detalhes sobre nossa contraofensiva", afirmou.
Zelensky voltou a acusar Moscovo pelo incidente, afirmando que as tropas russas "têm medo da contraofensiva e querem dificultar a libertação dos territórios". "Entendem muito bem que vão perder esta batalha", afirmou.
"Já não nos surpreendemos com o que a Rússia faz. Torturas, violações, tudo aconteceu. Esta é a maneira deles de travar a guerra", acrescentou.
A destruição da barragem desencadeou uma queda abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dniepre, obrigando vários milhares de pessoas a abandonar as zonas inundadas e fazendo temer uma catástrofe ecológica.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase nove mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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