"Pedimos à Europa que aumente" o teto de importação de eletricidade para trazê-lo para dois gigawatts em vez do atual um gigawatt, disse o ministro ucraniano da Energia à agência AFP, garantindo também que a central nuclear de Zaporíjia não apresenta "nenhum risco iminente nesta fase", apesar de dever ser monitorizada.
Dos 600 quilómetros quadrados afetados pela inundação que se seguiu à destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia, até 80 localidades correm o risco de ficar destruídas. Há 20 mil casas sem eletricidade enquanto pelo menos 10 mil hectares de terras agrícolas ficaram danificadas, elencou o ministro, citando números ainda preliminares.
O ministro falava à margem de uma reunião em Versalhes, França, da Agência Internacional de Energia (AIE) dedicada às políticas energéticas no mundo.
A destruição da barragem, que também ameaça o abastecimento de água potável para cidades como Dnipro ou Mykolaiv, acrescentou, "é um desastre".
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, 50% da infraestrutura energética "foi atacada", continuou o ministro, alegando que os russos usam "todo o tipo de armamento para atacar" essa infraestrutura.
O teto atual para a importação de eletricidade europeia para a Ucrânia é de "1.050 megawatts", explicou. No entanto, as infraestruturas de interligação existentes "permitem importar até dois gigawatts de eletricidade" para o próximo inverno.
"Até agora, a Ucrânia cobre 100% das suas necessidades" produzindo a própria eletricidade, mas "pedimos à Europa que aumente" o teto para entregas, acrescentou.
Questionado sobre a segurança da central nuclear de Zaporijia, a maior da Ucrânia e da Europa, o ministro confirmou que o nível da água da lagoa de arrefecimento depende do reservatório de água da barragem de Kakhovka.
"Não vemos nenhum risco iminente nesta fase", mas "temos de acompanhar a situação".
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