Barragem de Kakhovka. AIEA lança plano de ajuda para inundações
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje um programa de ajuda à Ucrânia em resposta às inundações causadas pela destruição da barragem de Kakhovka, no sul do país, na madrugada de terça-feira.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Usando técnicas nucleares, vamos determinar os efeitos na água potável, na saúde humana e na gestão do solo e da água e vamos avaliar a integridade das infraestruturas essenciais", declarou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, num vídeo divulgado na rede social Twitter.
Por outro lado, o diretor-geral da agência especializada da ONU recordou que na próxima semana se deslocará à Ucrânia, numa missão que incluirá a central nuclear de Zaporijia, ocupada por tropas russas desde março de 2022 e situada a cerca de 130 quilómetros da barragem destruída.
"A Ucrânia pode contar com a nossa ajuda agora e para lidar com as consequências a longo prazo deste desastre", assegurou Grossi.
A destruição da barragem da Central Hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, no sul da Ucrânia, já é considerada um dos maiores desastres industriais e ecológicos da Europa nas últimas décadas.
A subida do nível da água destruiu aldeias inteiras e terras de cultivo, submergiu parcialmente a cidade de Kherson -- ainda a recuperar dos intensos combates do final de 2022 --, fez milhares de deslocados e privou dezenas de milhares de pessoas de eletricidade e água potável, além de expor as populações ao perigo de minas terrestres flutuantes, arrastadas pela enorme massa de água libertada pela rutura da barragem.
Desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 471.º dia, a ONU apresentou como confirmados 8.983 civis mortos, dos quais 879 vítimas de minas terrestres e outros engenhos por explodir, incluindo 94 crianças, e 15.442 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou também, até agora, a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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