O apelo foi feito durante uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Ebrahim Raissi, precisou a Presidência francesa.
O chefe de Estado francês "alertou para as graves consequências, tanto de segurança como humanitárias, da entrega de 'drones' à Rússia por parte do Irão e apelou a Teerão para que ponha imediatamente termo ao seu apoio à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia".
Um porta-voz da Casa Branca alertou na sexta-feira que a Rússia está a "receber equipamento do Irão para construir uma fábrica de 'drones'" no seu território e que o local "poderá estar totalmente operacional no início do próximo ano".
Os Estados Unidos acreditam que, até maio passado, a Rússia recebeu "centenas" de 'drones' de ataque iranianos e acusam Moscovo de os ter utilizado recentemente para "atacar Kiev e aterrorizar a população ucraniana".
Teerão tem reiteradamente considerado as acusações dos EUA de fornecimento de armas à Rússia como "infundadas", alegando que não é parte no conflito ucraniano.
Durante a conversa telefónica de 90 minutos, Macron e Raissi "discutiram a forma de promover as relações, em particular as negociações em curso (sobre questões nucleares) e os desenvolvimentos regionais", comentou um responsável iraniano, citado pela AFP.
De acordo com a Presidência francesa, Macron também "expressou a sua preocupação com a atual trajetória do programa nuclear do Irão" e "reiterou o desejo da França e dos seus parceiros europeus de encontrar uma solução diplomática para esta questão".
"O Presidente sublinhou a importância de Teerão tomar medidas de desanuviamento concretas e verificáveis e de aplicar plenamente e sem demora as suas obrigações internacionais, bem como os compromissos assumidos perante a Agência Internacional da Energia Atómica em 04 de março", lê-se no comunicado divulgado pelo Eliseu.
A conversa entre os dois Presidentes ocorre numa altura em que as negociações entre o Irão e a comunidade internacional para relançar o acordo nuclear iraniano estão num impasse.
Conhecido pela sigla JCPOA, o acordo limitou as atividades atómicas do Irão em troca do levantamento das sanções internacionais.
Macron aproveitou a conversa telefónica para reiterar "o seu alívio pela libertação, em 12 de maio, de dois cidadãos franceses detidos no Irão".
O chefe de Estado gaulês "reiterou também a sua profunda preocupação com a situação dos quatro cidadãos franceses ainda detidos no Irão e apelou novamente à sua libertação imediata".
Quatro cidadãos franceses continuam detidos no Irão: Cécile Kohler e Jacques Paris, detidos em 7 de maio de 2022, Louis Arnaud, detido em 28 de setembro, e outra pessoa cuja identidade nunca foi divulgada.
Paris denuncia a sua detenção arbitrária e considera-os "reféns do Estado".
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