"Mais de 90% dos nossos problemas de segurança têm origem no Irão e nos seus representantes, e a nossa política tem como objetivo aumentar o círculo de paz, travar o Irão e os seus representantes", disse Netanyahu na sua primeira audição no atual Governo perante o Comité de Assuntos Exteriores e Defesa do Knéset (parlamento israelita).
O primeiro-ministro referiu-se aos rumores sobre supostas conversações indiretas entre os Estados Unidos e o Irão, através de Oman, para retomar um pacto nuclear e insistiu que "nenhum acordo será vinculativo para Israel, que continuará a fazer todo o possível para se defender".
Israel considera o Irão uma "ameaça existencial" e opõe-se a qualquer tipo de integração na comunidade internacional através de um acordo que trave o seu programa atómico, enquanto no campo militar se prepara inclusivamente para um eventual conflito armado com o regime dos aiatolas.
Sobre o papel de Israel no Médio Oriente, Netanyahu insistiu que a prioridade é "expandir o círculo de paz", uma referência velada aos esforços israelitas de estabelecer relações diplomáticas com a Arábia Saudita, o país sunita com mais influência na região, e ampliar os Acordos de Abraham, através dos quais Israel já estabeleceu laços em 202 com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos.
A recente visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a Riade tinha na agenda a normalização de relações com Israel, algo a que a Arábia Saudita não se opõe, mas que implica concessões na questão palestiniana que levem à criação de um Estado palestiniano.
No centro da política externa israelita está "travar o Irão" e ampliar os vínculos com outros países árabes moderados da região, para desenvolver uma "fortaleza diplomática".
"Com uma mão estamos a trabalhar para travar o Irão e com a outra estamos a trabalhar energicamente para expandir o círculo da paz. Isso representa grandes desafios e grandes oportunidades para nós", disse o primeiro-ministro israelita.
Israel considera que outros poderes regionais, como o regime sírio de Bashar al-Assad, a milícia libanesa xiita Hezbollah, os grupos palestinianos Hamás e Jihad Islâmica, ou milícias pró-iranianas na Síria e no Iraque, atuam como satélites do Irão na região, com o objetivo de destruir o Estado judaico.
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