Número de mortos sobe para 318 no "massacre de Shakahola" no Quénia

O número de mortos no "massacre de Shakahola", floresta queniana onde se reunia uma seita que defendia o jejum extremo para "encontrar Jesus Cristo", subiu para 318, com a descoberta hoje de mais 15 corpos, anunciou a polícia.

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© YASUYOSHI CHIBA/AFP via Getty Images

Lusa
14/06/2023 18:47 ‧ 14/06/2023 por Lusa

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O comissário da polícia regional da Costa do Quénia, Rhoda Onyancha, confirmou a descoberta de mais corpos e o aumento para 318, registados desde o início das exumações na floresta de Shakahola, em abril, que se encontram agora na sua terceira fase.

Em declarações publicadas pelos meios de comunicação social locais, Onyancha afirmou que o número de pessoas resgatadas com vida é de 95, enquanto o número de pessoas dadas como desaparecidas é agora de 613.

A policia queniana acrescentou que foi detido um novo suspeito, elevando para 36 o número de pessoas detidas no âmbito do "massacre de Shakahola".

Também hoje, o líder da seita que alegadamente persuadiu as vítimas a jejuar, o pastor Paul Mackenzie, juntamente com a sua mulher e 28 outros suspeitos, compareceram em tribunal em Shanzu, na cidade costeira de Mombaça, no sul do país.

Paul Nthenge Mackenzie está detido desde 14 de abril, dia em que foram descobertas as primeiras vítimas.

A pedido do Ministério Público, o juiz ordenou a transferência de Mackenzie e dos restantes suspeitos das esquadras de polícia onde se encontravam detidos para a prisão na cidade costeira de Malindi, onde permanecerão até nova comparência em juízo, agendado para 21 de junho.

A acusação fez o pedido devido à visível fraqueza de alguns suspeitos (um deles nem sequer se conseguia levantar no tribunal) que entraram em greve de fome sob custódia policial, para que na prisão sejam obrigados a comer e evitar o risco de morte.

Segundo o tribunal, apenas Mackenzie e um dos seus assistentes continuaram a ingerir alimentos.

Quase todas as vítimas mortais foram exumadas das sepulturas e valas comuns encontradas, com exceção de alguns que morreram no hospital devido ao estado de desnutrição em que se encontravam.

As autópsias efetuadas a mais de uma centena de corpos revelaram que, embora todos apresentassem sinais de fome, os cadáveres de pelo menos três menores e um adulto apresentavam também vestígios de estrangulamento e asfixia.

As primeiras investigações da polícia sugerem também que os fiéis foram obrigados a continuar o jejum, mesmo que quisessem abandoná-lo.

Leia Também: Sobe para 303 o número de mortos após jejum extremo no Quénia

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