O ex-fuzileiro que foi gravado a estrangular uma pessoa em situação de sem-abrigo no metro de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em maio, foi, esta quarta-feira, indiciado no caso, de acordo com as publicações norte-americanas.
As acusações exatas não serão conhecidas até que o ex-fuzileiro, Daniel Penny, compareça no tribunal, numa data ainda desconhecida, de acordo com a ABC News. O homem foi incialmente detido por homicídio culposo em segundo grau.
O caso aconteceu numa carruagem do metro nova-iorquino, a 1 de maio. Testemunhas contaram às autoridades que a vítima mortal, identificado como Jordan Neely, tinha estado a gritar com alguns passageiros, mas ressalvaram que não havia sinais de agressões para com estes.
O momento em que o ex-fuzileiro estrangula Neely foi gravado por testemunhas - e gerou uma grande polémica nos Estados Unido, devido ao uso excessivo de força. Nestas, é possível ver um homem, Penny, deitado nas costas de Neely, segurando-o pelo pescoço durante vários minutos.
Nas gravações, que duram 4 minutos, é possível ver que Neely deixou de lutar face à imobilização de Penny, mas ainda assim este último continuou agarrado ao seu pescoço durante quase um minuto depois de este ter parado de se movimentar. Devido à gravidade das imagens, o Notícias ao Minuto optou por não as reproduzir.
O rescaldo da situação
Em comunicado divulgado pelos seus advogados no primeiros dias após o acontecimento, os advogados de Daniel Penny expressaram condolências à família de Jordan Neely, alegando "legítima defesa".
"Gostaríamos primeiro de expressar, em nome de Daniel Penny, as nossas condolências às pessoas próximas ao Sr. Neely", referiram os advogados de defesa de Penny, declarando que a vítima, de 30 anos, "tinha uma história documentada de comportamento violento e errático", resultado "aparente de uma doença mental contínua e não tratada".
A vítima era uma pessoa sem-abrigo que se dedicava a imitar Michael Jackson e terá tido um surto psicótico. Morreu na sequência de uma "compressão no pescoço", citando o gabinete de Medicina Legal da cidade de Nova Iorque. Os advogados de Penny constaram que Neely sofria de problemas de foro psicológico, relataram que este estava "a ameaçar agressivamente" o seu cliente e os outros passageiros, que precisaram de "agir para se proteger, até que a ajuda chegasse".
"Daniel nunca teve a intenção de prejudicar o Sr. Neely e não poderia ter previsto a sua morte prematura", concluía a nota.
Nos minutos seguintes à situação, o ex-fuzileiro foi levado pelas autoridades, mas acabou por sair em liberdade sem qualquer acusação. A morte de Neely motivou alguns protestos nos últimos dias, nomeadamente, junto à estação de metro onde este morreu. Os manifestantes pediam justiça neste caso.
A 12 de maio, Penny entregou-se às autoridades mas saiu sob fiança de 100 mil dólares, cerca de 92 mil euros, tendo sido obrigado a entregar o seu passaporte, assim como proibido a abandonar o estado.
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