Segundo a polícia grega, cerca de 8.000 pessoas protestaram no centro de Atenas contra as políticas migratórias da União Europeia (UE) e da Grécia, que, segundo denúncias, transformaram o bloco numa "fortaleza" e o Mediterrâneo num "mar de mortos".
A capital registou distúrbios depois de os manifestantes atirarem 'cocktail molotov' contra a polícia de choque, que respondeu com gás lacrimogéneo.
Manifestações também ocorreram em Thessaloniki, Patras e na cidade portuária de Kalamata, para onde foram transferidos os 104 resgatados do naufrágio, ocorrido na madrugada de quarta-feira, quando um barco de pesca afundou após virar.
De acordo com depoimentos de alguns dos resgatados, relatados pela imprensa grega, o navio de 30 metros de comprimento partiu da costa egípcia, parou no leste da Líbia e depois partiu para a Itália.
"Diga alto, diga claro, abra as fronteiras aos refugiados", gritaram hoje os manifestantes, do lado de fora do parlamento grego, erguendo cartazes aludindo a "deportações racistas".
Num ato simbólico, manifestantes lançaram dezenas de papagaios para o céu, em frente ao parlamento, em memória das vítimas do naufrágio, que pode ser uma das maiores tragédias migratórias da história do Mediterrâneo.
As autoridades gregas detiveram hoje nove homens de nacionalidade egípcia, que se encontravam entre os resgatados, acusados de tráfico humano.
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