"O crime organizado é uma ameaça tão grande para a nossa sociedade como o terrorismo", disse a comissária na conferência de imprensa de apresentação do "Relatório Europeu sobre Drogas 2023: Tendências e Evoluções", do Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência, sediado em Lisboa.
"O principal ponto de entrada de drogas na Europa são os nossos portos, quase 100 milhões de contentores entram nos nossos portos anualmente e só dois a 10% são inspecionados", referiu também, acrescentando que a criminalidade ligada a grupos organizados, tem aumentado nas infraestruturas portuárias.
Ylva Johansson adiantou que para derrotar localmente o crime, é preciso "combate-lo internacionalmente através da cooperação policial e trocas de informação" com países terceiros.
Por seu lado, o diretor do observatório, Aléxis Goosdeel, referiu que as drogas ilícitas estão facilmente acessíveis, acrescentando que "continuam a surgir novas substâncias, com elevado teor de princípio ativos".
A canábis continua a ser a droga ilícita mais consumida na Europa e a cocaína o estimulante de maior uso, enquanto os consumos de opiáceos, em decréscimo desde o século passado, parecem estar a aumentar, refere hoje o relatório lançado em Bruxelas, que sublinha que uma "maior diversidade na oferta e no consumo de drogas criam desafios para a Europa".
O documento, que compila dados de 2021 e 2022, dá também conta de apreensões recorde de cocaína e preocupação crescente com o consumo de estimulantes sintéticos.
O observatório da droga vai ser, entretanto, substituído pela Agência da União Europeia de Luta contra a Droga, com poderes alargados.
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