O presidente russo, Vladimir Putin, atacou, esta sexta-feira, o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, descrevendo-o como uma "desgraça para o povo judeu".
No seu longo discurso no Seminário Económico Internacional de São Petersburgo, que foi transmitido em direto pela televisão russa, Putin voltou a dizer que Kyiv está nas mãos de neonazis para justificar a invasão em 24 de fevereiro de 2022.
"Tenho muitos amigos judeus desde a infância. E eles dizem que Zelensky não é judeu, mas uma desgraça para o povo judeu. Isto não é uma piada", disse Putin.
O chefe de Estado russo acusou mais uma vez Zelensky de encobrir "bastardos neonazis" e de tratar os colaboradores nazis da Segunda Guerra Mundial como heróis.
"Porque é que eles não nos ouvem? Somos obrigados a lutar contra isto", afirmou.
"Temos todo o direito de considerar que o objetivo de desnazificar a Ucrânia é um dos principais objetivos", acrescentou.
Recorde-se que, ao anunciar a invasão, Putin disse que Moscovo pretendia "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, que se separou da Rússia com a dissolução da antiga União Soviética, em 1991.
Putin também tem acusado o regime de Kyiv de um alegado genocídio de falantes de russo na Ucrânia, sobretudo no Donbass, a região formada pelas autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
O líder russo reconheceu a independência dos dois territórios ucranianos antes de lançar a invasão militar, que também justificou com um pedido de auxílio das forças separatistas do Donbass.
Em setembro passado, a Rússia anexou Donetsk e Lugansk, bem como Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia, em 2014, quando se iniciou a guerra separatista no Donbass, com apoio de Moscovo.
Kyiv e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas à Ucrânia.
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