O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que atrasou a invasão da Rússia durante vários anos, depois de dizer ao presidente russo para não realizar a invasão ao território ucraniano.
"Eu conversei com ele e disse 'se fizer isso, vai ser um inferno para pagar. Vai ser uma catástrofe. Não faça isso'", declarou Trump, durante uma entrevista à rede norte-americana Fox News, citada pela Sky News.
Donald Trump afirmou que se permanecesse no cargo como presidente dos EUA, Putin não teria invadido a Ucrânia e, caso o fizesse, teria "acabado com a guerra em 24 horas".
"Tenho um relacionamento muito bom com Putin. Quero dizer, não falo com ele há muito tempo, mas tenho um relacionamento muito forte com Putin", assumiu.
De recordar que, em fevereiro, Donald Trump criticou a gestão da crise na Ucrânia pelo seu sucessor Joe Biden, assegurando que o chefe de Estado russo "nunca" agiria da mesma forma com a sua administração.
"Se gerida corretamente, não havia absolutamente nenhuma razão para que a situação se precipitasse na Ucrânia", disse o ex-presidente dos Estados Unidos da América em comunicado.
"Eu conheço Vladimir Putin muito bem, e ele nunca teria feito sob o governo Trump o que ele está a fazer agora, de forma nenhuma!", acrescentou Trump, após o presidente russo ter recebido hoje autorização do Senado para enviar tropas para duas áreas separatistas da Ucrânia.
A proximidade de Donald Trump com Vladimir Putin foi alvo de fortes críticas da oposição durante o seu mandato.
A ofensiva militar lançada em fevereiro do ano passado pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 481.º dia, 9.083 civis mortos e 15.779 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Leia Também: Risco de Putin usar armas nucleares táticas "é real", afirma Biden