Kayishema, que compareceu perante um tribunal sul-africano que está a julgar o caso, retirou o seu pedido de libertação sob fiança para pedir asilo, de acordo com o seu advogado, Juan Smuts, segundo o The Times.
Eric Ntabazalila, porta-voz da procuradoria regional da Cidade do Cabo, disse que o arguido "não indicou se o seu cliente tenciona apresentar um pedido de fiança numa data posterior" e que "o Estado opor-se-á a um pedido de fiança".
O Mecanismo Residual para os Tribunais Penais Internacionais (IRMCT) declarou, em 25 de maio, que o homem, em fuga desde 2001, foi detido na cidade de Paarl, no âmbito de uma operação conjunta da agência e das autoridades sul-africanas.
O detido é acusado de ter orquestrado o assassinato de cerca de 2.000 refugiados tutsi numa igreja católica durante o genocídio.
Kayishema foi acusado em 2001 de genocídio, cumplicidade no genocídio, conspiração para cometer genocídio e crimes contra a humanidade por atos cometidos na comuna de Kivumu, na prefeitura de Kibuyu.
O homem é suspeito de ter assassinado mais de 2.000 homens, mulheres, crianças e idosos que tinham procurado refúgio na igreja de Nyange, incluindo o seu envolvimento direto no planeamento e execução do massacre.
Cerca de 800.000 ruandeses, a grande maioria dos quais tutsis e hutus moderados, foram mortos por extremistas hutus durante quase três meses, em 1994.
Até hoje, continuam a ser descobertas valas comuns, especialmente porque os condenados que já cumpriram as suas penas deram informações sobre os locais onde enterraram ou abandonaram as suas vítimas.
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