Turco acusado de "financiamento ao terrorismo do PKK" julgado na Suécia

Um tribunal de Estocolmo começou hoje a julgar um cidadão turco acusado de "tentativa de financiamento do terrorismo" do movimento armado curdo PKK, indicou o advogado da defesa.

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Lusa
20/06/2023 18:48 ‧ 20/06/2023 por Lusa

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Suécia

O julgamento não tem precedentes e ocorre numa altura em que a Suécia tenta convencer a Turquia a dar "luz verde" à adesão na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

"É possível que [o meu cliente] tenha tido contactos com pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão [PKK], mas ele próprio não tem ligações" com o movimento, declarou ao tribunal o advogado de defesa Ilhan Aydin. 

A acusação, pelo contrário, argumenta que o arguido desempenhava um papel central nas atividades do PKK na Suécia.

O homem de 40 anos foi detido em janeiro, depois de ter feito ameaças e disparado uma arma à porta de um restaurante em Estocolmo.

Segundo o Ministério Público sueco, o objetivo era gerir um esquema de extorsão e utilizar os fundos para financiar o PKK, classificado como organização terrorista pela Turquia, mas também pela Suécia, União Europeia (UE) e Estados Unidos. 

O arguido já foi ligado a um turco que viu as suas contas congeladas por financiar o PKK em França e a outro condenado em 2016 na Alemanha por pertencer ao PKK, segundo a acusação, que utilizou informações dos serviços secretos franceses (DGSI) e alemães (BKA). 

"O meu cliente rejeita as acusações de extorsão agravada e de tentativa de financiamento", declarou Aydin à agência noticiosa France-Presse (AFP).

O julgamento é o resultado de um endurecimento da legislação antiterrorista sueca que entrou em vigor em julho de 2022, tornando mais fácil o julgamento de casos de financiamento do terrorismo.

Esta é a primeira vez que a nova lei, já utilizada em casos ligados ao grupo Estado Islâmico (EI), é usada contra um alegado simpatizante do PKK.

A 01 deste mês, a Suécia endureceu entretanto alguns procedimentos judiciais, medidas que Estocolmo apresenta à Turquia como prova de que está a levar a sério as exigências de uma posição mais dura em relação ao PKK.

Ancara exige dezenas de extradições de militantes que qualifica de "terroristas" e que vivem em território sueco.

Leia Também: Turquia reitera que Suécia ainda não tem condições para aderir à NATO

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