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Ucrânia acusa Rússia de minar sistema de arrefecimento de Zaporijia

As forças russas minaram o sistema de arrefecimento da central nuclear de Zaporijia, alertou hoje o chefe dos serviços secretos do Ministério da Defesa ucraniano, Kirilo Budanov, citado pela agência ucraniana Euromaidan Press.

Ucrânia acusa Rússia de minar sistema de arrefecimento de Zaporijia
Notícias ao Minuto

00:00 - 21/06/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Kirilo Budanov destacou que existe atualmente uma "certa ameaça" em relação à central nuclear de Zaporijia.

Este responsável dos serviços secretos ucraniano lembrou que a central permanece sob controlo russo e que a destruição da barragem de Kakhovka interrompeu o acesso à água utilizada para o arrefecimento da instalação nuclear.

"Mas o pior é que, durante esse período, a central e o próprio sistema de refrigeração também foram minados", frisou Budanov.

Caso os russos "desativarem o refrigerador por detonação", há uma grande probabilidade de que ocorrerem "problemas significativos", vincou ainda.

O ocidente tem manifestado preocupações com a central nuclear de Zaporijia, ocupada desde o ano passado pelos russos, após a destruição da barragem de Kakhovka no Dnieper, o grande rio ucraniano, cuja água era utilizada para arrefecer os seus seis reatores.

A situação no local é grave, mas está em processo de estabilização, garantiu o chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, durante visita ao local na quinta-feira.

A AIEA tem uma equipa permanente de especialistas nesta central, que também é alvo de bombardeios e cortada da rede elétrica em diversas ocasiões.

Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente pela destruição em 06 de junho da represa hidrelétrica de Kakhovka, localizada numa área sob controlo russo, que inundou cidades e aldeias em ambas as margens do Dnieper, matou dezenas e forçou milhares de pessoas a sair das suas casas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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